As pessoas, de modo geral,
acreditam demasiadamente em suas configurações egoicas e nas verdades objetivas
como premissa de todo conhecimento. Tal “positividade” da capacidade de
conhecer, em certa medida, apenas seculariza a metafisica, perpetuando o
conhecimento como um acreditar ingênuo na possibilidade de formatar o real a
partir de determinadas fórmulas conceituais e matemáticas.
Na contramão desta
necessidade de segurança simbólica e domínio
conceitual da realidade, pode-se dizer que as novas tecnologias digitais, cada
vez mais presentes no mero cotidiano, criam a expectativa de uma reconfiguração de nossos padrões
cognitivos e mentais que, privilegiando o irracional do fluxo de imagens de
pensamento, sobrepõem sob os fatos camadas de entendimento subjetivo de modo
que, cada vez mais, o real se faça um
artifício ou uma simples questão de ponto de vista sobre os fatos.