O sistema idealista hegeliano
assinala o fim da filosofia dos conceitos e da metas narrativas filosóficas. O
titulo preliminar de sua Fenomenologia do Espírito era muito sugestivamente “
Ciência da experiência da consciência”, o
buscava descreve o caminho percorrido pela consciência coletiva através da sucessão dialética de várias
figuras da experiência que culminariam no Saber absoluto, na adequação do
sujeito a verdade do objeto.
Na Fenomenologia Hegel procura descrever, enquanto
caminho e sistema o percurso da cultura ocidental de modo absurdamente otimista.
Atualmente, mais do que nunca,
estamos distantes da universalidade e do
consenso racional sonhados por Hegel em sua apologia do sujeito histórico. Schopenhauer, que o tinha por pessoal desafeto,
não é por acaso hoje em dia mais popular e atual do que o velho e prestigiado
professor de Iena.
Mas a questão aqui não é o
Idealismo Hegeliano, mas a opacidade do mundo em que vivemos e que já não
permite mais metanarrativas que lhes imponham
um sentido ou significado que abrande nossas incertezas de consciência.
Anacronismos e reducionismos a parte,
depois da barbárie do século XX e da II Grande Guerra, Hegel só pode ser
rotulado de comediante.
Todas as nossas melhores apostas
no processo civilizatório e no futuro da humanidade só são sustentadas pelas
mentes mais ingênuas que buscam ignorar a desconstrução de tudo aquilo que a
uns duzentos anos nos parecia promissor, como o progresso material e otimistas
codificações de uma realidade
inteligível e racional.
Hoje, tudo que sabemos, muito
resumidamente, é que o mundo não faz sentido...