terça-feira, 26 de maio de 2015

POR UMA VIDA AUTÊNTICA

Tenho errado em viver de acordo unicamente com minha consciência.

Pouco me importam os modismos, as ideologias, valores hegemônicos ou, simplesmente, como sou visto pelos outros.
Não me curvo ao olhar do outro, as necessidades corriqueiras do traquejo social.

Não perco meu tempo cultivando boa aparência ou opiniões de maioria.

Tenho o defeito de ser franco, demasiadamente franco.

Estou preocupado com meus monólogos e nada espero dos diálogos que estabeleço com quem quer que seja. Entre eu e o outro sempre haverá um abstrato e fatal abismo.


Preocupo-me apenas, portanto, em  manter um precário e difícil equilíbrio entre as múltiplas tendências e possibilidades do somatório de tudo aquilo que sou.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

FRUSTRAÇÃO

Estava vazio e sozinho
Em meio ao arrependimento
De ser eu mesmo.
Escutava os ecos de antigos erros
Entre as saudades de perdidas felicidades.

Colhia o nada e o absurdo de me perder no tempo
E desesperadamente querer o improvável,
O inacessível,
Contra o  inútil dos meus atos.

A alegria e a felicidade riam de mim
Nos cumes do impossível.


REALIDADE

Vivemos todos à sombra de nós mesmos,
Afundados em nossas questões pessoais
E atormentados por nossas interrogações sociais.

Vivemos todos a beira de abismos,
Flertando com o vazio,
Nos equilibrando precariamente

Entre o absurdo e o sentido.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

FALSAS ESPERANÇAS

Era apenas mais um dia.
Pura rotina e pouco sentido
Guiavam meus atos
Entre as horas
Que nos conduziam a noite.

Eu já não estava,
Eu já não era,
No enfadonho dos fatos.
Toda minha vida
Não passava de uma  quimera.

Mesmo assim eu esperava,
Em qualquer torto dia,
Uma boa novidade.
Um futuro que me adiava o encontro
E me impedia o beijo

De uma bela novidade.

ANONIMATO

Inacabados e incertos
São todos os meus atos.
Estou sempre em esboço,
Provisório
E alheio ás identidades
E definições.

Sou feito de incertezas,
Incoerências
E algumas frustrações.
Tenho tendências ao silêncio,
A inercias.

Talvez nunca me torne
Quem quer que seja.


FILOSOFIA DA DOR

Todas as dores nos ensinam uma falta,
Uma necessidade frustrada,
Que nos devora expectativas
E vontades
Através do fato amargo
De uma impossibilidade.

Todas as dores nos reduzem
A elementar banalidade que somos
Sem as ilusões de um ego.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

MOTIVAÇÃO E ROTINA

Nunca foi tão difícil ter motivação para cumprir o enfadonho ritual dos afazeres cotidianos.

Hoje acreditamos menos no significado e valor dos nossos atos.
Também nossas vidas já não são mais tão ingenuamente preenchidas pelos inspiradores sentimentos de amor aos outros e pela pseudo convicção de que exercemos  um bom papel na sociedade.

Admitimos sem pudor o enfado de tudo, o quanto estamos vazios e sozinhos diante do mero e civilizado esforço inútil de assegurar diariamente a mera sobrevivência.

O mundo, como nunca antes, não nos inspira grandes feitos... Mas ainda não nos bastamos. O que se tornou um assustador dilema.




SEGUNDA METADE DA VIDA

Os anos passam mais rápido
Do se pensa
E as coisas mudam
Não necessariamente para melhor.

Nossas vidas ficam menores,
Mais degradas e sem brilho,
Nossas expectativas diminuem
E mansamente caminhamos para o nada.
Mas nos tornamos mais lúcidos
E conscientes
Daquilo que realmente importa

Em nossa existência.

REALISMO

O realismo nos torna amargos
Pois, através dele,
Descremos dos sonhos,
Nos despimos das ansiedades
E, ironicamente,
Deixamos de esperar  muito da realidade.

O realismo nos faz distantes e amargos,
Menos generosos com os fatos,
Aprendendo o degredo
De existir um pouco a margem

Do mundo vivendo de minimalismos.

sábado, 16 de maio de 2015

CONVERSAS COM WOODY ALLEN. FRAGMENTO

Mergulhando no universo ficcional de Woody Allen. Revendo seus filmes e pensando sobre a vida e seus cotidianos absurdos e dilemas, os desesncontros entre as pessoas e a incapacidade de encontrar respostas satisfatórias a todo este caos cotidiano. Como já dizia Bukowiski , a vida, as vezes, parece um filme ruim no qual identificamos nossos papéis....

“SE VOCÊ SOFRE  DAQUELE JEITO, COMO CONSEGUE EVITAR O DESESPERO QUE LEVOU A PERSONAGEM DA GERALDINE PAGE AO SUICÍDIO?
Acho que  cozinhei a minha vida inteira  no fogo lento da depressão. Não tenho  o tipo de depressão  que chamam de “clínica”, ou a que te faz cometer suicídio. Maas tenho um tipo de depressão de baixa intensidade, feito uma  chama piloto, que está sempre acesa. Ao longo dos anos, trabalhei  milhões  de pequenas estratégias para contornar a depressão: estratégias de trabalho, de relacionamento e distração.”

In CONVERSAS COM WOODY ALLEN by ERIC LAX