Nunca foi tão difícil ter motivação para cumprir o enfadonho ritual dos
afazeres cotidianos.
Hoje acreditamos menos no significado e valor dos nossos atos.
Também nossas vidas já não são mais tão ingenuamente preenchidas pelos
inspiradores sentimentos de amor aos outros e pela pseudo convicção de que
exercemos um bom papel na sociedade.
Admitimos sem pudor o enfado de tudo, o quanto estamos vazios e
sozinhos diante do mero e civilizado esforço inútil de assegurar diariamente a
mera sobrevivência.
O mundo, como nunca antes, não nos inspira grandes feitos... Mas ainda
não nos bastamos. O que se tornou um assustador dilema.
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