segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

INCONSTÂNCIA

Nada é definitivo ou inequívoco.
Vivo entre o erro e a duvida.
Inerte entre  respostas
E carente de perguntas.

Talvez, ainda me surpreenda
Alguma louca certeza,
Alguma esperança
De a tudo esquecer
E apenas do nada

Querer saber.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

DOIS AFORISMAS SOBRE MELANCOLIA

O NIILISMO DOS ÉBRIOS

Me assusta esses caras que entram no bar, pedem uma dose generosa de cachaça  barata e bebem de um gole só. Essas pessoas já estão mortas. Mas a verdade é que já estamos todos mortos. Os que não bebem apenas não perceberam isso ainda, ou  preferem não lidar com essa premissa indigesta de toda essa merda de cotidiano que nos consome.
Pessoalmente, já estou demasiadamente cansado para  carregar o peso de sonhos, expectativas e esperanças. Prefiro conviver com o fato de  que nada de bom me espera nessa branda agonia de me saber vivo.
Eu sigo em frente como quem morre, como quem sabe que viver não vale um único poema.

A TRISTEZA DOS TELHADOS

Agora a pouco senti de novo a tristeza dos telhados sob um céu aberto. Sentir o desvalor de sentir...

O mundo é um lugar solitário.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

MÍNIMA VIDA

Tenho vivido do mínimo
De mim mesmo,
Dos meus silêncios
E barulhos de mundo.
Tenho vivido do pouco
Da minha precária realidade,

De absurdos e sustos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

IMPASSE

Já não sei o que fazer
Ou o que pensar.
Apenas existo e sigo
Como se fosse eu
Apenas um vento.

Talvez eu
De fato o seja
Imaginando este mundo
Que em tantos absurdos
Se apresenta como tacanha e simples
Realidade...


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ECONOMIA PRIVADA

Vendi ao mundo meus sonhos.
Não recebi de volta
O valor devido.

Rasguei, então,
Minhas economias
E inventei falências
Na  vida.

O resto é especulação.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

ESPERANÇA


Não me sinto certo ou errado sobre a vida,
Não me sinto.
Apenas penso e imagino
Tentando inventar
Em cada ato vivido
Qualquer coisa louca
Que possa ser liberdade
Contra o sentido comum
Do vazio  das coisas.

Espero muito da minha existência.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

OS DESAFIOS DO NEO ATEÍSMO

Nos últimos anos o neo ateísmo, em suas múltiplas facetas se afirmou como  um  desdobramento do ideal do livre pensamento do sec. XVII e abriu novos caminhos ao pensar da cultura contemporânea  em suas tendências mais generosas de multiculturalismo contra os monoteísmos culturais e pensamentos únicos ou meta linguagens da tradição da metafisica ocidental.

A grande  verdade é que o neo ateísmo ainda permanece preso as redes sociais e a internet e, por suas próprias limitações contra a um senso comum preconceituoso e religioso, ainda não foi capaz de ganhar o cotidiano de construção de uma contra hegemonia que pressupõe  a transfiguração de todos os valores.


O ATEISMO CONTEMPORÂNEO AINDA  É APENAS O   ESBOÇO DE UMA NOVA SUBCULTURA SOCIAL.....

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

INDIVIDUALIDADE


A  individualidade é uma meta,
Uma busca na qual me perco
No questionamento profundo
Da própria vida,
Da minha queda
No tempo e espaço de mim mesmo.
As vezes quase não existo

E só me percebo no espelho.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

MEMÓRIAS PESSOAIS

Somos  feitos de memórias.
Mas  lembramos como quem sonha.
Recordar não é viver,
É inventar o passado
Segundo as necessidades
Do nosso sentimento de agora.
Pois o agora é sempre tarde
E o futuro nos oprime.

Memórias são devaneios...

domingo, 18 de janeiro de 2015

A ATUALIDADE DA FILOSOFIA DA LINGUAGEM DE WITTGENSTEIN

Dentre todos os filósofos contemporâneos, Wittgenstein está com certeza, entre os menos populares.

Em sua critica a tradição “metafísica” filosófica da cultura ocidental,  sua filosofia da linguagem tinha como premissa uma mudança radical na nossa maneira de ver as coisas.  Seu principal objeto foi o significado doque dizemos, nossos cotidianos de gramática e mundo.

A filosofia não deve se perder na busca de uma “interioridade”, na confusão de teorias. Ela é um questionamento do próprio discurso e das armadilhas do pensamento.


A busca de fundamentos pode nos conduzir a muitos contracensos, sua filosofia  pressupõe os limites de nosso exercício de dizer e pensar através de uma arqueologia da linguagem cotidiana.Somos  aquilo que dizemos, o enunciado nos fundamenta. Mas como invetamos nossos enunciados?