Há tantas coisas agora
Acontecendo em silêncio,
Escapando a qualquer registro
Ou palavra
No lado escuro do tempo,
Que me perco dos fatos
No abismo de um momento
Que me desfaz sem motivos
Na liberdade do vento.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
NOTA SOBRE A FALÊNCIA DOS SIGNIFICADOS
Quanto mais nos damos conta da ilusão dos significados, melhor percebemos sua condição de codificações, de referencias arbitrarias e funcionais, ou simples coordenadas arbitrarias da consciência, sem as quais a realidade não seria possível ou concebível...
Apenas a Verdade deixou de ser uma questão relevante...
SOBRE O POR VIR
O por vir de cada dia seguinte
Não se escreve no tempo
Mas nos atos,
Nas tarefas inadiáveis
Que nos impõem a existência.
O porvir é essencialmente
Labor,
A respiração das coisas
Escritas em pensamento e teleologia.
UM HOMEM E SEU GUARDA CHUVA
Sei que sou menos que nada em um universo em permanente expansão e em grande parte desconhecido... justamente por isso me busco profundamente em tudo aquilo que me acontece no provisório de cada instante.
Sou apenas um homem de guarda chuva dentro d’agua em fluido pensamento...
O PASSADO E O AGORA
Jogue fora a escada
Depois de subir
Por ela.
Pois nunca é possível
Voltar atrás,
Escapar ao passado
Como um abstrato abismo
Que nunca para de crescer...
sábado, 18 de fevereiro de 2012
AFORISMAS SOBRE VOCÊ E SEU CÉREBRO
Tudo aquilo que você faz na vida resume-se na simples questão de como você “ajuda” seu cérebro a funcionar. Pois tudo que somos é um cérebro em complexo funcionamento.
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Sopro de vida, alma, outras vidas são conceituações vazias da realidade concreta criadas para negar o obvio de nossa finitude.
@
Nunca conheci um crente que aceitasse agora e imediatamente abrir mão da vida e ir para sua fantasia de céu...
@
Sou feliz por não ter um cérebro do tamanho do que tem minha gata. Mas sei que a realidade que ela percebe e define sua existência, não é melhor ou pior do que a minha.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
DESCONTRUINDO A REALIDADE
A exteriorização é o que define melhor o fenômeno da consciência. Isso faz dela um algo que nos possui e não propriamente um atributo de nossa subjetividade ou algo que possuímos.
Mas considera-la, assim, como este algo projetado nas coisas, implica em um deslocamento do “eu” do centro de nossa experiência, pois ele mesmo acaba por ser reduzido também a condição de uma projeção da consciência que, por definição, é sempre consciência de algo externo a ela própria, algo que paradoxalmente torna-se “real” através dela, o que significa que somos em todos os sentidos “consciência”, sendo impossível inferir a existência de uma objetividade das coisas, uma realidade objetiva fora dela.
A diferença entre o aqui proposto e o solipsismo de Max Stiner é que a abstração de um eu pensante ou consciente de si mesmo no aqui e agora do tempo presente também é questionada. Há de se duvidar da ilusória e frágil unidade e organicidade deste eu, principalmente quando percebemos o quanto o comportamento humano está mais condicionado a reações instintivas e impulsivas do que a orientação racional de um eu consciente. Isso sem dizer que o que entendemos ou percebemos como eu é na verdade uma abstração de sermos um corpo cuja materialidade e dinâmica também controlamos bem menos do que gostaríamos.
Esta objetivação da consciência as custas de um esvaziamento da subjetividade não conduz a um ceticismo absoluto e imobilizador. Apenas nos inspira prudência diante de qualquer convicção “forte” de realidade e identidade.
Na pior das hipóteses ela pode apenas alimentar uma postura hedonista diante da existência que, particularmente, considero bastante saudável.
O fato é que podemos viver sem precisar pensar um mundo de “realidade/verdade” onde a substancialidade das coisas condiciona nossas codificações Do real através de débeis convicções ontológicas.
Constatado o paradoxo de que o sentido das coisas é que elas não fazem sentido nenhum , nada nos impede de continuar “imaginando” a realidade, inventando significados e sofrendo nossos eus como se de tão “irreais” eles realmente existissem...
VAZIO
Tenho vivido o vazio
De tudo aquilo
Que entre nós
Nunca aconteceu,
Sofrido os desvios do destino
E descaminhos da sorte
Até o limite de surpreender
Nosso passado triste
As margens de um por do sol.
De tudo aquilo
Que entre nós
Nunca aconteceu,
Sofrido os desvios do destino
E descaminhos da sorte
Até o limite de surpreender
Nosso passado triste
As margens de um por do sol.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
FÉRIAS
Quero viver o dia
livre
De pensar nas coisas todas
Que agora me afligem o futuro.
Quero estar sem limites
Nas horas,
Até o ponto
De não precisar lembrar
De nada que se perde
Neste momento
Lá fora.
Quero, simplesmente,
Estar aqui e agora
...
livre
De pensar nas coisas todas
Que agora me afligem o futuro.
Quero estar sem limites
Nas horas,
Até o ponto
De não precisar lembrar
De nada que se perde
Neste momento
Lá fora.
Quero, simplesmente,
Estar aqui e agora
...
O SILÊNCIO DA LINGUAGEM
A experiência da palavra
Não pode conter,
Me conter,
Calar com um significado frouxo
Tudo aquilo
Que fatalmente
Não consigo ou conseguirei dizer,
Que acontece desarticuladamente
Através de mim
Sem se fazer na razão e nas coisas.
Não pode conter,
Me conter,
Calar com um significado frouxo
Tudo aquilo
Que fatalmente
Não consigo ou conseguirei dizer,
Que acontece desarticuladamente
Através de mim
Sem se fazer na razão e nas coisas.
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