Passo distraído
De um momento
A outro
Buscando respostas
Para os silêncios
Que povoam
O profundo das horas,
Corro de um instante
A outro
Fugindo do tempo
Que me persegue...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
CONTRA CULTURA HOJE
Em suas diversas manifestações contemporâneas, a contracultura permanece hoje como um sinônimo de questionamento radical das vigentes e corriqueiras convenções coletivas de realidade, através do lúdico, do hedonismo, do riso e da afirmação de um ethos de liberdade...
Como nunca antes, em tempos de digitalização e reinvenção da existência, ela é capaz de abalar consciências, fazer pensar e reinventar individualmente a simplicidade do mero cotidiano...
VIDA , DEVIR E MEMÓRIA
O silêncio
É a vida da reminiscência,
O falar dos outros
E lugares que nos habitam
No sem tempo do pensamento,
que, simplesmente,
A tatuagem que
Carregamos no devir do rosto...
Ele é a marca viva
Do passar do tempo
Que se define
Como biografia
E ausências
Que nos transformam
Na banalidade
Do calar permanente das coisas...
AVESSO
Vejo-a
Correndo na contramão do dia
Em desastrada rotina,
Em busca
De uma simples migalha
De liberdade e vento...
Em seus olhos
Brilham futuros
Que talvez não alcance
Mergulhada
Em seu profundo sonho
De rasas imensidões...
Correndo na contramão do dia
Em desastrada rotina,
Em busca
De uma simples migalha
De liberdade e vento...
Em seus olhos
Brilham futuros
Que talvez não alcance
Mergulhada
Em seu profundo sonho
De rasas imensidões...
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
F SCOTT FITZGERALD E O CURIOSO CASO DE BENJAMIM BUTTON
Se pudéssemos definir os loucos anos 20 do último século através de um único nome, ele certamente seria o do escritor norte americano F S Fitzgerard. Sua obra e biografia ,afinal, personificam intensamente o espírito libertário e contestador daquele período.
Recentemente revisitei um de seus mais saborosos e surpreendente contos: O estranho caso de Benjamim Burtton. Ao contrário do que possa sugerir a idéia de uma vida vivida ao contrário, não se trata aqui simplesmente de um conto fantástico sobre a idéia de envelhecimento. Recheado de um humor tout court, o conto é na verdade uma sátira a própria idéia de “norma” e de “propósito”, questão que perpassa toda narrativa através das desventuras de Burtton para afirmar-se em uma sociedade onde definitivamente ele não tem lugar pelo simples fato de ser “diferente”. Já no inicio da narrativa a reação indignada do pai de Burtton com o estranho caso do filho revela claramente o caráter satírico do texto.
Mas o interessante é que a história é ambientada em 1860, quando
“era do bom nascer em casa. Atualmente os autos deuses da medicina decretaram que os primeiros vagidos do recém nascido devem ser lançados no ambiente anestésico de um hospital, de preferência de um hospital elegante. Assim o jovem casal Roger Button estava cinquenta anos à frente da moda quando resolveu, num dia de verão de 1860, que seu primeiro filho deveria nascer num hospital. Se tal anacronismo teve algo a ver com a surpreendente história que vou contar, é coisa que jamais se saberá.”
( F. Scott Fizgerald. O curioso caso de Benjamim Button e outras histórias da era do jazz. Tradução e ensaio introdutório Brenno Silveira, 8ª edição, RJ : Jose Olympio, 2009, p. 108.)
Segue seus últimos parágrafos:
O passado- as violentas arremetidas, à frente de seus homens, monte San Juan acima; os primeiros anos de seu casamento, em que, nas noites de verão, trabalhava para a jovem Hildegarde, na cidade fervilhante, até muito depois do pôr do sol; os dias em que ele, antes dessa época, ficava a conversar e a fumar, noite adentro, em companhia do seu avô, na sombria e velha casa dos Button, em Monroe Street- tudo isso havia se dissipado de seu espírito como um sonho inconsistente, como se nunca houvesse acontecido.
Não se lembrava. Não se lembrava sequer, claramente, se o leite era quente ou frio em sua última refeição, ou de que modo os dias passavam. Havia apenas seu berço e a presença familiar de Nana. Depois, já não conseguia recordar coisa alguma. Quando sentia fome chorava- nada mais. Apenas respirava através dos dias e das noites e, sobre ele, havia suaves murmúrios e ruídos que mal ouvia, e odores levemente diferentes, e luz e treva.
Depois tudo se tornou escuro, e o berço branco, e os vagos rostos que se moviam em torno, e o cálice e doce aroma do leite se dissiparam de todo de sua mente.”
( idem, p. 137-8)
O SILÊNCIO DAS PALAVRAS
Palavras embaralhadas
No quintal de um sonho
Desconstroem significados,
Inventam o não dito
Dos atos,
Escrevem vontades
No corpo das horas
Até o abstrato limite
De um tumultuado silêncio...
No quintal de um sonho
Desconstroem significados,
Inventam o não dito
Dos atos,
Escrevem vontades
No corpo das horas
Até o abstrato limite
De um tumultuado silêncio...
domingo, 30 de outubro de 2011
O TEMPO E OS DIAS
Sei o peso
Do acumulo de instantes
Dos antes que me definem
Auxente
De algum remoto futuro.
Mas por hora
Me basta o sol e o agora...
Saber o sol que me acorda em dia
No me vestir de aurora
Em meio as ruinas
Dos meus inertes futuros
De outrora...
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
SOBRE RADIO E ROCK AND ROLL
Em tempos de tecnologias digitais pode parecer um pouco retrô falar sobre a importância do radio. Mas não há como fugir a importância de certas configurações culturais que hoje nos parecem quase obsoletas para definição daquilo que se tornou possível hoje.
Dos anos 50 até pelo menos os anos 80 os disc jockeys foram uma categoria social decisiva para difusão e afirmação do rock enquanto estilo e cultura musical. Não podemos nos esquecer que foi justamente um disc jockey o responsável pelo seu batismo.
O fato é que no aqui mencionado período, o radio foi o grande termômetro e ator privilegiado da cultura popular e de massas. Sem ele o rock não teria alcançado o impacto social que teve ao longo daquelas décadas. Eis uma questão interessante de se pensar em paralelo aos nossos atuais cenários de nova tecnologia.
Afinal, de que maneira substituição da cultura do radio pela da internet, passando pela MTV mudou nosso modo de viver musica?
É interessante o fato de existirem agora rádios digitais, por exemplo, provando que não se trata de uma relação simples entre arcaísmo e novidade...
PENSAMENTO QUEBRADO
Observo
um pequeno pensamento
quebrado e abandonado
sob a morosa tarde
de um dia de tédio,
resto de algum banal
sentimento das coisas
que já não diz mais nada a ninguém,
que já não é mais pensado,
lembrado ou marcado
em qualquer caderno,
radical expressão do descartável
e perene
que nos define humanos...
O DIA EM QUE O ROCK MORREU
O texano Buddy Holley teve uma carreira curta, restrita a um período de aproximadamente 3 ano de visibilidade no cenário do rock and roll do final dos anos 50 até morrer tragicamente em um acidente de avião em 3 de fevereiro de 1959. Mas foi tempo mais do que suficiente para imprimir sua decisiva marca na história do rock pela sofisticação de suas composições para a época. Holley contribuiu para o amadurecimento da musicalidade do rock introduzindo harmonias e melodias mais trabalhadas, além de letras mais complexas e menos ingênuas comparadas aos clichês românticos de então.
Ainda hoje o dia de sua morte é lembrado como o “o dia em que o rock morreu”, mas seu legado contribuiu justamente para o renascimento do rock nos anos 60. O primeiro de muitos que se perpetuam até o tempo presente...
Assinar:
Postagens (Atom)