terça-feira, 21 de junho de 2011

CONTEMPLANDO O UNIVERSO



Vislumbro o universo em detalhes,
Em cores e sombras de imaginações,
Através de um  onipotente  telescópio,
Onde tudo contemplo em vertigens de pensamento,.

Vejo o incerto contorno do tempo
Sucumbir ao caos e anarquia
De tudo aquilo que transcende o humano
E se faz em paisagem de
Desconhecidas e novas
Meta realidades de galáxias, estrelas
E anti matéria.

Em relativo sentimento,
Jogo ao vazio do espaço aberto
Um copo cheio de palavras,
Aleatórias e vagas,
Mas tão precisas como uma equação matemática...


Ciências apagam o céu
 e removem o inferno
Escrevendo  aventuras
E humanidades
no inteiramente outro das coisas. 

A terra agora
Quase não existe...

CAMINHO DE RUA E TEMPO





A vontade não pode querer para trás. Não pode aniquilar o tempo e o desejo de tempo é sua mais solitária aflição.” F. Nietzsche in ASSIM FALAVA ZARATUSTRA



Naquela  rua sem nome contemplei outro dia um caminho  em qualquer noite de vontade aberta.

 Agora, entretanto, revisitando paisagens, vejo apenas a rua e o ventar do tempo a transformá-la em outra, em uma versão de si mesma  onde nunca estive ou estarei... Onde nunca existiu um caminho...  onde apenas esteve a vontade do próprio caminho...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

FELICIDADE E ESQUECIMENTO



FELICIDADE
É PODER NÃO PENSAR
EM NADA,
SENTIR
INTENSAMENTE
O PASSAR DO TEMPO
SEM O PESO
DE QUALQUER PASSADO,
FUTURO E OBRIGAÇÃO DOS DIAS,
MISTURAR-SE
TÃO PROFUNDAMENTE ÀS COISAS
A PONTO DE SE PERDER
DE SI MEMSO...

 FELICIDADE
É UM ESTRANHO MODO
DE ESQUECIMENTO...

domingo, 12 de junho de 2011

LINGUAGEM E REALIDADE



“A linguagem corrente é parte do organismo humano, e não menos complicado que ele.”
Ludwig Wittgenstein in Tractatus Logico-Philosophicus

A figuração da realidade em linguagem é sua própria definição como uma presença na consciência, como um fato que em si mesmo já é um significado e uma premissa do entendimento.
Isso significa que nossa percepção de uma exterioridade objetiva não é em si a realidade. Mas apenas  um dado irracional dos sentidos em si mesmo ilegível...

A ESTRADA ( FREE WAY) COMO METÁFORA



Conduzir um carro por uma estrada erma é talvez a mais perfeita metáfora  para o acontecer humano. Pois pressupõe o movimento como devir teleológico na superposição de paisagens selvagens objetivamente dadas; paisagens estas que representam o mundo, enquanto a estrada nossa própria individualidade rasgada nele como um artifício contra natural cuja premissa é avançar de um ponto ao outro do tempo sem uma clara percepção de onde se esta... em suas nuanças, bifurcações e atalhos, a estrada é a soma de tudo aquilo que vivemos no movimento do carro que é figuração da consciência...

A MATERIALIDADE DO PENSAMENTO


A vida se faz
Em palavras
Tão abstratas,
Vagas e sinuosas
Quanto às imaginações.
Os pensamentos
 Ao contrário
Não passam de mera
Atividade física e cerebral...


sábado, 11 de junho de 2011

GRAMÁTICA DE UMA MANHÃ CHUVOSA



Entre as desengonçadas palavras
Que decoram a manhã de chuva
Escondem-se às vezes
Pequenas razões de mundo,
Frases inúteis de sentimentos quebrados
Que inutilmente buscam abrigo
Em qualquer pensamento,
Em qualquer grito mudo
De maltrapilhas e cruas palavras
Que meramente desenham
E celebram o nada...