Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
A profunda teatralidade do cinema mudo, seu artificialismo radical definido pelo primado absoluto da imagem, ainda hoje é capaz de encantar,tocar sensibilidades, apesar do ultra realismo ao qual a estética cinematográfica contemporânea nos educou.
Quando nos deparamos com um filme mudo somos transportados ao presente de um virtual passado que se transforma em projeção onírica de nossas melhores apostas no luidico acontecer da mera e simples exisência...
Todo marco temporal é arbitrário e condicionado a glorificação social de um mito... Apesar disso, cabe positivamente lembrar que, neste dia 17 de agosto de 2010, celebra-se, por força de mera convenção arbitrária, o primeiro passo da carreira dos Beatles.
Nesta mesma e presente data, até antes do show daquela noite memorável de 17 de agosto de 1960, o grupo era conhecido por Silver Beatles, e ainda era composto por cinco membros, que de sua consagrada formação excluía apenas o baterista Ringo Star e se apresentava no palco do Indra Club com Stuart Sutcliffe (baixo) e Pete Best (bateria).
Em poucas palavras, a 50 anos atrás os Beatles começavam sua aventura existencial e musical... E há ainda muito a dizer sobre isso neste conturbado início de novo século...
Originalmente lançado nos USA em 1957, ON THE ROAD by Jack Kerouac , converteu-se em algo mais do que uma bem sucedida peça literária, tornou-se um ícone de toda uma época histórica e refêrencia para toda uma geração. Não por acaso o livro ganhou a alcunha de bíblia beat, ultrapassando seu próprio autor surpreendentemente conservador em um catolicismo louco e fixação na imagem materna...
A obra fundamenta-se na narrativa de viagem de dois amigos, Sal Padadise e Dean Moriaty pelo território norte americano. As descrições do cenário underground norte americano dos anos 50 ganha a forma de um verdadeiro stream of conciousness ( fluxo de consciência) que lembra vivamente a escrita automática dos surrealistas, implodindo a formalidade da gramatical e lingüística em uma verdadeira aventura da consciência através do imediato das sensações e codificação do mundo.Não foi por acaso que ON THE ROAD influenciou grandes letristas e artistas do rock como Bob Dylan e Jim Morrinson.
A narrativa de Kerouac é profunda e absurdamente sensorial e imagética. Nela tudo é puro movimento em uma infinita estrada aberta em absoluta liberdade e vigoroso exercício de imaginação.
Eis aqui um livro que, longe de qualquer nostalgia, nos conduz e inspira ao saudável exercício de perder-se no grande labirinto- mundo com uma mochila nas costas e um carro que cruza a vertiginosa aventura humana de descobrir-se no mínimo possível de todas as coisas. Tal fantasia, definitivamente, nunca sai de moda...