Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
domingo, 15 de agosto de 2010
ON THE ROAD by JACK KEROUAC
Originalmente lançado nos USA em 1957, ON THE ROAD by Jack Kerouac , converteu-se em algo mais do que uma bem sucedida peça literária, tornou-se um ícone de toda uma época histórica e refêrencia para toda uma geração. Não por acaso o livro ganhou a alcunha de bíblia beat, ultrapassando seu próprio autor surpreendentemente conservador em um catolicismo louco e fixação na imagem materna...
A obra fundamenta-se na narrativa de viagem de dois amigos, Sal Padadise e Dean Moriaty pelo território norte americano. As descrições do cenário underground norte americano dos anos 50 ganha a forma de um verdadeiro stream of conciousness ( fluxo de consciência) que lembra vivamente a escrita automática dos surrealistas, implodindo a formalidade da gramatical e lingüística em uma verdadeira aventura da consciência através do imediato das sensações e codificação do mundo.Não foi por acaso que ON THE ROAD influenciou grandes letristas e artistas do rock como Bob Dylan e Jim Morrinson.
A narrativa de Kerouac é profunda e absurdamente sensorial e imagética. Nela tudo é puro movimento em uma infinita estrada aberta em absoluta liberdade e vigoroso exercício de imaginação.
Eis aqui um livro que, longe de qualquer nostalgia, nos conduz e inspira ao saudável exercício de perder-se no grande labirinto- mundo com uma mochila nas costas e um carro que cruza a vertiginosa aventura humana de descobrir-se no mínimo possível de todas as coisas. Tal fantasia, definitivamente, nunca sai de moda...
ON THE ROAD
Abri, sem querer,
Uma Estrada
Que através das pessoas
Conduz a imaginação
Ao infinito da superfície
De todos os lugares e direções
Possíveis...
Torno-me livre
De mim mesmo
Ao percorre-la
Sofrendo o vento
No espaço e tempo
Das coisas
Nas quais aos poucos
Simplesmente
Me desfaço...
sábado, 14 de agosto de 2010
YOU CAN'T ALWAYS GET WHAT YOU WANT
Originalmente lançada em 1969 no álbum Let it Bleed dos Rolling Stones, You Can’t Always Get What you Want é uma das mais belas e populares canções concebidas pela dupla Jegger/ Richard.
Em seu contexto primário podemos interpretá-la como uma melancólica alegoria do crepúsculo dos idílicos anos 60. Mas seu poético refrão, entretanto, nos remete a um contexto mais amplo de intimista devaneio frente aos nossos mais íntimos impasses com o mundo e com o destino, lugar comum da construção de qualquer biografia:
“You can’t always get what you want,
You can’t always get what you want,
You can’t always get what you want,
But If you try somertimes, yeah,
You Just might find”
Citado no episódio piloto da série House em uma deliciosa referência ao “filósofo Jegger”, estes belos versos traduzem de um modo geral nossa própria condição de indivíduos, enterrados em nossa mínima moralia, e contrapostos a uma realidade socialmente estabelecida que não raramente contraria nossas mais generosas apostas na realidade.
O FUTURO DO PASSADO
Tenho demasiadamente
Pensado
Em meus tempos vividos
E perdidos
Em ruínas biográficas,
Buscado inutilmente a essência
Do surpreendente fato
De estar aqui e agora
Vazio no abstrato
De tantas e pessoais memórias...
Sem qualquer explicação, entretanto,
Limito-me a explorar em silêncio
O presente de antigas canções vividas.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
AFORISMAS SOBREO AMOR E RELACIONAMENTO
Eros é um Daimon que nos conduz a auto superação através do outro
Em hermética artimanha da dialética entre o sentimento e o desejo...
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O amor é o comércio das sensibilidades e humores no máximo limite das sociabilidades humanas...
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Só podemos gostar de quem somos através da conquista da intimidade do outro como palco estranho de nossas sombrias e profundas fragilidades mais intimas...
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Quanto mais convincente a projeção amorosa, mais acreditamos nas ardilosas invenções de nosso próprio sentimento...
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Quando amamos somos persuadidos por Eros de que o outro guarda dentro de si, nossa felicidade para dissimular o fato de que ela não existe...
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Nunca se deve amar demasiadamente o que se tem... Pois, assim, jamais ousaremos novas conquistas...
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
A ILUSÃO DE UM MOMENTO SEM TEMPO
Guardei um pouco de tempo no bolso para algum dia viver o pequeno tesouro de existir fora do mundo, de ser em um rasgo de sonho, caindo em qualquer intimo momento de indiscreta felicidade.
Talvez isso jamais aconteça, talvez eu jamais seja intensamente em uma nova infância, desvelando em mínimo e absurdo instante, qualquer tola emoção que vista de significado todo meu existir provisoriamente vivido...
AUSÊNCIA
Todas as distâncias vividas
Escrevem-se no não lugar
Em que me enterro
Em tua busca,
Em que me abrigo
Em tua ausência,
Esquecendo de mim mesmo
Na certeza de tudo aquilo
Que jamais seremos...
ESTETCA PÓS MODERNAMENTE VIVIDA
A contemporaneidade pressupõe em seus tantos desapegos culturais, um desaprendizado das convenções, das artificiais certezas que até pouco tempo sustentavam nossas singulares e compartilhadas trajetórias de vida.
Ganha agora o primeiro plano a fluidez do devir biográfico através do irracional das afetividades desarticuladas, medos e desejos, que recodificam o existir humano, cada vez mais, como uma paradoxal alegoria de si mesma, um absoluto simulacro que inspira nossos vazios mais íntimos.
Por tudo isso, uma estética pós- moderna tem como uma de suas principais premissas a celebração do atomismo e do singular da individualidade humana, desnuda de qualquer projeto de sociedade o ideário social.
Cabe-lhe apenas deixar acontecer o efêmero, o imanente, em um vertiginoso caleidoscópio de imagens e experiências que não nos conduzem a qualquer outra coisa alem dos labirintos enterrados na alma de cada momento vivido
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