domingo, 15 de agosto de 2010

ON THE ROAD



Abri, sem querer,
Uma Estrada
Que através das pessoas
Conduz a imaginação
Ao infinito da superfície
 De todos os lugares e direções
Possíveis...
Torno-me livre
De mim mesmo
Ao percorre-la
Sofrendo o vento
No espaço e tempo
Das coisas
Nas quais aos poucos
Simplesmente
Me desfaço...

sábado, 14 de agosto de 2010

YOU CAN'T ALWAYS GET WHAT YOU WANT

Originalmente lançada em 1969 no álbum Let it Bleed dos  Rolling Stones, You Can’t Always Get What you Want é uma das mais belas e populares canções concebidas pela dupla Jegger/ Richard.
Em seu contexto primário podemos interpretá-la como uma melancólica alegoria do crepúsculo dos idílicos anos 60. Mas seu poético refrão, entretanto, nos remete a um contexto mais amplo de intimista devaneio frente aos nossos mais íntimos  impasses com o mundo e com o destino, lugar comum da  construção de qualquer biografia:
“You can’t always get what you want,
You can’t always get what you want, 
You can’t always get what you want,
But If you try somertimes, yeah,
You Just might find”
Citado no episódio piloto da série House em uma deliciosa referência ao “filósofo Jegger”, estes belos versos traduzem de um modo geral nossa própria condição de indivíduos, enterrados em nossa mínima moralia, e contrapostos a uma realidade socialmente estabelecida que não raramente contraria nossas mais generosas apostas na realidade.  

O FUTURO DO PASSADO



Tenho demasiadamente
Pensado
Em meus tempos vividos
E perdidos
Em ruínas biográficas,
Buscado inutilmente a essência
Do surpreendente fato
De estar aqui e agora
Vazio no abstrato
De tantas e pessoais memórias...
Sem qualquer explicação, entretanto,
Limito-me a explorar em silêncio
O presente de antigas canções vividas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Radiohead - no surprises live acoustic

AFORISMAS SOBREO AMOR E RELACIONAMENTO


Eros é um Daimon que nos conduz a auto superação através do outro
Em hermética artimanha da dialética entre o sentimento e o desejo...
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O amor é o comércio das sensibilidades e humores no máximo limite das sociabilidades humanas...
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  Só podemos gostar de quem somos através da conquista da intimidade do outro como palco estranho de nossas sombrias e profundas fragilidades mais intimas...
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Quanto mais convincente a projeção amorosa, mais acreditamos nas ardilosas invenções de nosso próprio sentimento...
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Quando amamos  somos persuadidos por Eros de que o outro guarda dentro de si, nossa felicidade para dissimular o fato de que ela não existe...
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Nunca se deve amar demasiadamente o que se tem... Pois, assim, jamais ousaremos novas conquistas...   

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A ILUSÃO DE UM MOMENTO SEM TEMPO


Guardei um pouco de tempo no bolso para algum dia viver o pequeno tesouro de existir fora do mundo, de ser em um rasgo de sonho, caindo em qualquer intimo momento de indiscreta felicidade.
Talvez isso jamais aconteça, talvez eu jamais seja intensamente em uma nova infância, desvelando em mínimo e absurdo instante, qualquer tola emoção que vista de significado todo meu existir provisoriamente vivido...     

AUSÊNCIA



Todas as distâncias vividas  
Escrevem-se no não lugar
Em que me enterro
Em tua busca,
Em que me abrigo
Em tua ausência,
Esquecendo de mim mesmo
Na certeza  de tudo aquilo
Que jamais seremos...

ESTETCA PÓS MODERNAMENTE VIVIDA



A contemporaneidade pressupõe em seus tantos desapegos culturais, um desaprendizado das convenções, das artificiais certezas que até pouco tempo sustentavam nossas singulares e compartilhadas trajetórias de vida.
Ganha agora o primeiro plano a fluidez do devir biográfico através do irracional das afetividades desarticuladas,  medos e desejos, que recodificam o existir humano, cada vez mais, como uma paradoxal alegoria de si mesma, um absoluto simulacro que inspira nossos vazios mais íntimos.    
 Por tudo isso, uma estética pós- moderna tem como uma de suas principais premissas a celebração do atomismo e do singular da individualidade humana, desnuda de qualquer projeto de sociedade o ideário social.  
Cabe-lhe apenas deixar acontecer o efêmero, o imanente, em um vertiginoso  caleidoscópio de imagens e experiências que não nos conduzem a qualquer outra coisa alem dos labirintos enterrados na alma de cada momento vivido