domingo, 4 de julho de 2010

NOTA SOBRE IMANENCIA E FORMA


Na natureza, tudo é curvo, ondulado ou esférico. Pouco existe 
espaço para pureza de linhas retas nas variações e combinações
infinitas de formas que definem o imanente.


 A existência não se prende as leis e princípios que povoam como 
doenças a imaginação humana no acontecer do aleatório e do 
indeterminado que cabe na particularidade de tudo que se 
apresenta a cognição humana...  

BLACK TIME



O tempo, ás vezes,
Falta  aos acontecimentos
Nas minúcias do agora
E se perde nas reentrâncias
Dos fatos.   

É quando imaginações
Inventam realidades
Esculpindo memórias
Que de tão falsas
Alimentam inúmeras
Verdades...
But for how long?

sábado, 3 de julho de 2010

PASSADO ABERTO



Quebrado o mágico espelho
Do passado,
Não me vejo enterrado
Entre antigos lugares
De mera existência
E eus desbotados.
Vejo apenas
A imensidão do presente
Escrevendo
Em todas as direções do agora,
Inaugurando os vazios
Onde tropeça bêbada
A imaginação rebelde...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Radiohead - In Rainbows - 15 step

Radiohead - House of Cards

HAPPINNES!



Ser feliz
É viver o mundo
Como um tiro
Que explode no peito
Na queda livre do corpo
Em abismo de fecundo pensamento
guardado em fundo
de arcaicas imaginações...

Ser feliz
É desfazer realidades
No mais destilado desejo  lúdico
Escrito no irracional e absoluto
Da radicalidade  concreta
De qualquer sentimento material...


TIME IS TIME


Surpreendendo-me
Quase criança...
Visto os olhos de horizonte
Brincando entre jardins.
Pois sem querer
Perdi o rumo dos anos
E o sabor das horas,
Desaprendi o significado
Das coisas e rostos...
Desfiz, definitivamente,
O mundo
Em lapsos de razão diária
Até apagar meus retratos perdidos
Na abstração de espelhos...

CONTRA A UNIVERSALIDADE COMO PRINCÍPIO DA VIDA DO PENSAMENTO


Não sei o que condiciona a vitalidade de uma dada formula de pensamento, o que determina que ela prevaleça ou pereça no acumulo das épocas, seja vestida de sagrado ou estética. A corriqueira resposta que remete a uma suposta universalidade que transcende o tempo, parece-me  ingênua e insuficiente. Pois toda reflexão abstrata tem suas raízes em seu particular presente vivido como abstração e reflexão. Sua longivitude temporal não está, definitivamente, na suposta  universalidade de sua construção e conteúdo, mais na fantasia de realidade que lhe sustenta e nutre em desdobramentos fecundos.
É pelos caminhos do irracional e do acaso das abstrações coletivas que formulas de pensamento convertem-se em cânones culturais e civilizacionais. É através do simbolismo e doa codificação simbólica , vivenciada como enigma que qualquer obra de construído passado converte-se em objeto de projeção da simbologia e codificação de nosso tempo de agora...

terça-feira, 29 de junho de 2010

CONTEMPORANEIDADE E ONTOLOGIA


  
Costumo definir a contemporaneidade como um estado de fronteira, um viver a margem de antigas certezas estabelecidas pelos mitos d a modernidade e sua ambígua racionalidade mítica, em áspera consciência de nossa intima e particular finitude e limites ontológicos. 
É através de um desenraizamento radical, da plena consciência de nossa fragilidade, que reinventamos a existência, talvez como um jogo simbólico ou labirinto de codificações que conduz a experiência do imediato e do lúdico como essência de cada momento humanamente possível...  

MORTALIDADE



Os tantos rostos e lugares
Que me povoam a memória
Sustentam minha face,
Escrevem futuros
No ocorrer de cada momento.

Mas tudo, em um só instante,
Rende-se ao passado
No vazio do tempo
Que contra mim avança
Sem qualquer mínimo consolo
De esperança...