Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
Vestido de inverno me perco na paisagem urbana decorada de dia. Busco algum absurdo para fugir a rotina e me reconstruir em cada momento como esboço de mim mesmo na aventura de tudo aquilo que poderia ser...
Vivo de tudo aquilo que dentro de mim se perde como recusa do mundo que os outros dizem...
NOVAS JANELAS PARA O UNIVERSO by Maria Cristina B. Abdala e Thyrso Villela Neto é uma pequena brochura paradidádica destinada a um breve , porém substancial, panorama dos avanços da Astronomia comtemporânea.
Falando muito livremente, pessoalmente considero um dos méritos deste pequeno ensaio de ciências dedicado ao público leigo, o fato de nos induzir a uma conceituação mais ampla de meio ambiente que incorpora o sol, as estrelas e os planetas como parte de nosso meio vivido fomentando reflexões sobre como convencionalmente representamos a condição humana.
Afinal, enquanto codificação do real, todo conhecimento do universo é um conhecimento de nós mesmos através da linguagem e que invariavelmente produz realidades e situações novas.
Não por acaso o texto nos chama atenção para o significativo impacto que as tecnologias produzidas neste campo do saber cientifico exercem sobre o mais imediato cotidiano através de invenções hoje banais como o forno de micro ondas e nossos telefones celulares.
Mais o que este belo ensaio nos informa essencialmente é o surpreendente limite de nossos conhecimentos sobre o universo apesar de nosso enorme arcabouço tecno-científico. No dizer dos próprios autores:
“Segundo os melhores dados de hoje, apenas 4% DO Universo é constituído de matéria cujo comportamento é regido por teorias conhecidas, ou seja, a matéria comum composta pelos elementos conhecidos da tabela periódica, opacos ou que emitem luz. Por sua vez, 26% do que se observa no Universo é feito de uma matéria que de fato não conhecemos, chamada matéria escura. A tendência em favor da matéria escura entrou no cenário da Astrofísica e solidificou-se, baseada em firmes dados de pesquisa sobre toda a matéria existente no Universo. Depois de anos e anos de observações, os cientistas concordam que, por meio de uma aritmética simples, a soma de toda matéria não exótica com a exótica explica apenas 30% do Universo!
Além da matéria escura exótica, hoje em dia não há mais duvidas de que deve existir ainda um outro tipo de elemento no universo. Esse novo ingrediente foi chamado de energia escura e isso significa que 70% do Universo é regido por ela. Finalmente, temos a contribuição dos fótons, que é muito pequena, responsável pela temperatura do Universo ser hoje de 2,726K.
Resumindo, os valores aproximados para constituição do Universo são os seguintes:
CONSTITRUINTES DO UNIVERSO QUANTIDADE
Fotons 0,005
Matéria luminosa 0,5
Matéria escura não exótica 3,5
Matéria escura exótica 26
Energia escura 70
Isso significa que desconhecemos a constituição de quase 96% do Universo! A maior parte dele é permeada por uma matéria ou energia escura que não podemos ver nem entender ainda. Significa ainda que 96% da gravitação que se manifesta no Universo não pode ser atribuída a aglomerados isolados de matéria. Entender esses números é uma das grandes tarefas da Física Moderna.”
( Marisa Cristina B Abdalla. Thyrso Villela Neto. Novas Janelas para o Universo. SP: Editora UNESP, 2005 ( Coleção Novas Tecnologias), p. 104-105)
Creio que o presente fragmento é mais do que suficiente para nos induzir a uma reflexão sobre os contemporâneos limites do conhecimento humano e de nossas representações convencionais de realidade.
Ainda nos movemos essencialmente sobre o desconhecido no que diz respeito a existência e nenhuma fantasia religiosa pode dar conta das enormes lacunas de nosso conhecimento. Mas isso é o mesmo que dizer que a aventura humana , depois de tantas centenas de anos, ainda se encontra em seu mais elementar limiar...
Não sei o que me define no cotidiano jogo das sociabilidades humanas. Não sei meu lugar entre os outros que povoam o acontecer da minha vida... Pois tudo que me importa é estar perdido em mim mesmo no insólito e dialético exercício de invenção e reinvenção constante de meus eus projetados e em irracional movimento...
Sei que não passo de uma conformada vítima de mim mesmo...