domingo, 13 de junho de 2010

LEITURA PÓS JUNGUINANA DO ARQUETIPO DE ANIMA



Em termos pós-junguinanos, anima é uma fantasia meta erótica contra sexual que demonstra na psique masculina o quanto sexo e imaginação são fenômenos psíquicos interligados de uma forma arcaica e impessoal.
Quanto mais exploramos as fantasias eróticas associadas as vivencias masculinas das imagens primordiais e representações simbólicas do feminino através do encontro intimo com mulheres , mais somos surpreendidos pela pertinência do mito como privilegiada modalidade de  codificação do vivido.
  

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Let Down

I'm SORRY...


Derramei emoções
Sobre uma mesa fria
Mirando a face
De uma desbotada fotografia
De tempos perdidos...
Mas já nada
Tinha a dizer ao passado.
Tudo já fora acontecido,
Esgotado e dito...
Engasgado
Com meus eus distantes
E perdidos
Cuspi no presente
Meus retrocedidos futuros...

NOW!


Vida alguma
Dura o suficiente
Para a felicidade
Ou basta a liberdade
De ser nas coisas.
Por isso importa-me
O farto gozo do instante
Até engasgar com o agora
Na crua finitude
De cada momento vivido...

domingo, 6 de junho de 2010

MEMÓRIA, EGO E CONSCIÊNCIA


A capacidade de memorização pode ser tomada como a base sobre a qual se desenvolveu a consciência e a conseqüente auto percepção do eu.
Defino memória, em termos bem superficiais, mas a contento para os meus propósitos aqui, como uma espécie de “senso de recorrência” que nos permite reconhecer a realidade como um conjunto coerente de permanências fenomenológicas.
Não é difícil admitir que existimos no somatório e acumulo de nossas experiências codificadas seletiva e teleológicamente organizadas em lembranças.
Se possuímos memórias que são pragmáticas e mecânicas, como o recordar do significado de uma palavra ou dos procedimentos inerentes a uma equação matemática, também possuímos aquelas que são irracionalmente subjetivas como a recordação de um acontecimento traumático.
Desta forma poderíamos construir uma vasta tipologia de nossas memórias de acordo com sua natureza: pragmáticas, funcionais, emotivas, nostálgicas, antigas, recentes, provisórias,individuais, coletivas, etc...
Creio que isso é mais do que suficiente para demonstrar a complexidade do tema. Mas também é insuficiente para revelar toda a minha perplexidade com as tantas possibilidades inerentes ao ato de lembrar que ora surpreendo como um acontecimento autônomo, impessoal cujas regras e dinâmicas me transcendem como seu sujeito e objeto...

aventura noturna


Tenho agora
Todo tempo do mundo
No superficial
Das coisas.
Pois chovem
Sobre mim
Suaves melancolias
De outono e vento.

Busco, então,
Imparcial e inerte,
Beber do pensar das pedras
Enterrado na estática paisagem
Desta interminável noite...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

DANGER



Basta um segundo
Para  errar o rumo,
Perder certezas
E escrever um erro
Nas geografias biográficas...

Basta um instante
Em falso
Parta o dia explodir
Em labirintos
E as horas perderem o sentido...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

IMAGINAÇÕES PÓS JUNGUIANAS



Pode-se dizer que as formulações de C G Jung são assistemáticas e profundamente dialeticas em um sentido quase socrático...
Recuperando aqui um de seus conceitos elementares sua obra pode ser definida, para além das formalidades da psiquiatria do seu tempo, como um exercicio de enandiotromia no jogo de espelhos e labirintos que define a dualidade projetada no pensamento entre psique objetiva e consciência.
Para Jung, simbolos e mitos eram uma linguagem viva, um meta discurso contra as convenções vazias da vida cotidiana a desafiar nossos relativos eus sociais e coletivos...
Atrevo-me a dizer que “o pensar de Jung” transcende em muito as cristalizadas fórmulas e lugares comuns de seus seguidores “junguianos” agrutinadas pelo rótulo de psicologia analitica...
Afinal, a inbdividuação é uma imagem arquetipica sem materiazações concretas que se revela como um jogo de imaginações e desconstruções intimas na gramatica pessoal dos simbolos...

O ABSURDO DO INESPERADO



Estou em busca
De um surpreendente
Instante
De pura felicidade,
De descobrir
No lixo do dia
Um momento sem par
E inutil
De gratuito e franco sorriso.

Estou a espera
De me encontrar
No suspense de um sinal fechado
Para acordar todas as horas perdidas
No inutil do passeio público
Em um suspiro de sonhos
Inesperados...  

domingo, 30 de maio de 2010

A IMAGINAÇÃO DO TEMPO


Passados tremulam
No varal da casa antiga
Sob o morno sol dos futuros.
Talvez eu a visite
No virtual da memória
Em algum amanhã sem tempo
Ou espaço,
Buscando os restos
De mim e dos outros
Escritos em biografias.
Tudo que somos, afinal,
É a memória de nós mesmos
No abstrato de cada palavra
Que desafia o tempo...