Tento pensar um sorriso
Dentro do pensamento
Que obtuso
Se transforma em ato e vento...
Pois gosto
De imaginar sentimentos
Dentro de cada objeto
Que povoa a vida
Como muda paisagem
De abstrato quadro.
Me enervo no olhar que toca
Cada canto do finito
Em complexo cenário..
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
META INFÂNCIA
Em algum canto
De paz e sonho,
Perdido entre madrugadas
E imaginações,
me reinvento em um sonho bom.
A criança que fui um dia
Envia mensagens do além,
tem nostalgia de futuros
que ficaram esquecidos
na velha caixa de brinquedos.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
INDIVÍDUO E SOCIEDADE
Eu amo o vazio
Que em cada dia
Acorda os desafios
De cada momento.
Adoro o tempo
Ao qual me rendo
Em gradativo desaparecimento...
Gosto de aprender
A ser o minimo
Que me diz o rosto
Entre os outros
Em anônimo nada...
Que em cada dia
Acorda os desafios
De cada momento.
Adoro o tempo
Ao qual me rendo
Em gradativo desaparecimento...
Gosto de aprender
A ser o minimo
Que me diz o rosto
Entre os outros
Em anônimo nada...
quarta-feira, 14 de abril de 2010
CONSCIÊNCIA E LINGUAGEM
A consciencia é como o fluir de um rio, um ininterrupto fluxo de imagens e pensamentos no impreciso vir a ser da condição humana. Mas Nõ existe uma conexão direta entre consciencia e realidade ( ou representações de realidade), muito menos um processo mental ao qual nos referimos quando falamos em consciencia. Aquilo que vagamente definimnos como mente não condiciona a formação de enunciados simbolicos ou codificações da realidade. Pois a consciencia é um grande vazio para o qual toda significação possivel é uma premissa linguistica, uma vez que toda figuração do mundo é uma função da linguagem e não do pensamento...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
SOBRE LITERATURA BEAT
A chamada Geração Beat, é uma das principais matrizes da cultura contemporânea. Seu legado, entreto, é pouco discutido e permaneça envolvido por varios estereótipos e preconceitos. Contrariando esta tendência geral, o ensaio A GERAÇÃO BEAT de Claudio Willer é uma satisfatória introdução ao tema.
Não é minha proposta aqui propriamente resenhar o texto de Willer, mas a partir dele apontar para atualidade da cultura beat. Afinal, o autor nos oferece um panorama amplo e consistente desta verdadeira explosão de criatividade e renovação literária que sacudiu os Estados Unidos a partir dos anos 50. Para Willer, uma das peculiaridades desta literatura, quando comparada a movimentos vanguardistas como o surrealismo, é sua diversidade interna e multiculturalismo, além da informalidade que condicionaria seu desenvolvimento ao longo de decadas.
Embora originado como movimento literário entre os anos de 1944 e 1958(9) através da colaboração e convergência de um pequeno grupo de jovens escritores como Jack Kerouac, Neal Cassady, William Burroughs, Hebert Huncker, John Clellon Holmes e Gregory Corso, a cultura beat reinventou-se ao longo dos anos 60 do ultimo século, ampliando-se e transmutando-se em contra cultura, rebeliões juvenis e Flower Power.
Como observa Willer quanto a este particular, assim como o surgimento do Beat é marcado pela dramática tentativa de censura dos textos , a contra cultura o foi pela ação policial direta. Tal ação repressiva, paradoxalmente, muito contribuiu para a conquista da quase irrestrita liberdade de expressão da qual gozamos nos dias de hoje.
Apesar desta simbiose entre cultura beat e contra cultura, vale assinalar que a primeira, após a perda do prestigio da segunda em fins dos anos 70, permaneceu despertando forte fascínio e interesse.
Segundo Willer
“ A contra cultura foi a última manifestação de alcance universal do século XX. Dai em diante, desde 1968, sucederam-se movimentos de afirmação de particulares, nacionais ou regionais,n e das minorias e setores especificos da sociedade. A cultura jovem segmentou-se e fragmentou-se em tribos e tendencias: punks, góticos, neo-hipies; a militancia politica de esquerda, em tendências, facções, conventículos. Haverá quem diga que a movimentação mais recente associada ao Forum Social Mundial é uma retomada da mobilização planetária; contudo, por mais expressiva que seja, não se mostra capaz, como o foram as revoltas de 1968, de paralisar uma nação ( como aconteceu na França em maio de 68) ou de colocar governos em xeque.
Mas o eclipse da contracultura não determinou o declinio do prestígio da beat. Ao contrário: é como se, freado o movimento alternativo, houvesse o retorno àquilo que o originou, a uma densidade inerente à pesquisa e à invenção literária, talvez perdida com a subsequente massificação. Muitos autores podem ser associados à geração hippie e à contracultura; sua expressão artística é evidente na música, do experimentalismo lisérgico à canção de protesto, e em diversidade de criações em artes visuais e multimeios. Mas não se pode designar essa produção de contracultura nos mesmos termos em que se fala de beat, essa sim, movimento literário em primeiro lugar, e acontecimento comportamental em seguida, por consequência.”
( Claudio Willer. Geração Beat. Porto Alegre: L&PM, 2009 ( coleção L&PM Pocket); p.110-111)
EGO AND TIME
Sei que não posso
Retroceder nos caminhos dos anos,
Reinventar-me
Nos fatos estáticos
Que me decoram biografias,
Para respirar em alivio
Outros futuros.
Pois este eu
Que ora escreve,
Não é o mesmo
Que intensamente
Provou o passado
E, muito menos,
Será aquele que viverá
Meu último suspiro...
sábado, 10 de abril de 2010
H L MENCKEN: A VIDA COMO CRITICA DE TODAS AS COISAS
No cenário ca cultura norte americana dos anos 20 e 30 do último século, o nome do filologo, critico e jornalista H L Mencken (1880-1956) tem merecido destaque pelo humor corrosivo, sarcasmo, e refinado espirito critico que lhe permitiam dissertar com maestria sobre as multiplas manifestações da estupidez humana.
Seja ridicularizando o fundamentalismo religioso, tão caro a cultura norte americana, desqualificando a politica e os cotidianos preconceitos do cidadão mediano, Mencken produziu uma obra tão singular para a época que podemos considera-lo um prercursor do modernismo na literatura americana e uma especie de Bernard Shaw da america.
Sua obra, embora produzida a quase um século, me é profundamente contemporânea e inspiradora pelo seu criticismo absoluto, mais do que nunca atual. Afinal, a individualidade é cada vez mais um excercicio de critica de todas as coisas...
Reproduzo aqui alguns fragmentos de textos reunidos na coletanea O Livro dos Insultos de H L Mencken, selecionado, traduzido e prefaciado por Ruy Castro:
“ Um dos princiapais encantos da mulher na sociedade humana talvez seja o fato de que elas são relativamente incivilizadas.”
*
O homem, na melhor das hipóteses, continua uma espécie de animal cambeta, incapaz de tornar-se redondo e perfeito como, digamos uma barata é perfeita.”
*
O MEDICO
“A medicina preventiva é a corrupção da medicina pela moralidade. É impossivel encontrar um medico que não avacalhe sua teoria da saude com a teoria da virtude. Toda a medicina, de fato, culmina numa exortação etica. Isto resulta num conflito diametral com a ideia de medicina em si. O verdadeiro objetivo da medicina não é tornar o homem virtuoso; é o de protege-lo e salvá-lo das consequencias de seus vivios. O medico não prega o arrependimento; ele oferece a absorvição.”
*
Talvez a qualidade mais valiosa que qualquer homem possa ter neste mundo seja um ar naturalmente superior, um talento para impinar o nariz com desprezo.”
*
O CREDULO
“A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilogica na ocorrencia do improvável. Ela contem um sabor patológico;extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso dominio da metafisica transcendental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenomeno objetivo, não consegue afetar sua infermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: “Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado”.
*
“Talvez a mais valiosa de todas as propriedades humanas, depois de um ar de empáfia e superioridade, seja a reputação de bem sucedido. Nenhuma outra coisa torna a vida mais fácil.”
*
“Todo home descente se envergonha do governo sob o qual vive.”
*
Todo artista de alguma dignidade é contra seu próprio pais. Pense em Dante, Tolstoi, Shakespeare, Rabelais, Cervantes, Swift e Mark Twan.”
*
“A democracia é a arte e a ciencia de administrar o circo a apartir da jaula dos macacos.”
*
“A monogamia mata a apixão- e a paixão é o mais perigoso de todos os inimigos da civilização”
Referencia das citações: H L Mencken. O livro dos insultos de H L Mencken/ Seleção, tradução e prefácio de Ruy Castro. SP: Companhia das Letras, 1989, 3° reimporessão.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
THE DAY AFTER
Sei que o dia seguinte
Pode não trilhar a rotina
Do existir de agora,
Explodir em inesperados acasos,
Desconstruindo certezas e planos,
Soterrando-me em fatos e enigmas
De acontecimentos nus...
YES...
Aprendo a tropeçar no instante,
Cair no momento,
Para inventar horas,
Passados e futuros
Delirando o presente
Entre memórias que brotam
De algum ideal de ego cravado
Entre o tempo e o espaço...
Mas sinto-me timidamente
Algo mais que isso...
Yes, I Can’t...
quarta-feira, 7 de abril de 2010
PESSOAL ANONIMATO
Sei que sou apenas
Qualquer pessoa
Aos olhos dos outros.
Uma opaca realidade
De carne e osso
Sem significativa substancia,
Qualquer incerta coisa de mundo
Que lentamente se acaba no tempo
Ferindo esquecimentos
E inventando memórias...
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