No cenário ca cultura norte americana dos anos 20 e 30 do último século, o nome do filologo, critico e jornalista H L Mencken (1880-1956) tem merecido destaque pelo humor corrosivo, sarcasmo, e refinado espirito critico que lhe permitiam dissertar com maestria sobre as multiplas manifestações da estupidez humana.
Seja ridicularizando o fundamentalismo religioso, tão caro a cultura norte americana, desqualificando a politica e os cotidianos preconceitos do cidadão mediano, Mencken produziu uma obra tão singular para a época que podemos considera-lo um prercursor do modernismo na literatura americana e uma especie de Bernard Shaw da america.
Sua obra, embora produzida a quase um século, me é profundamente contemporânea e inspiradora pelo seu criticismo absoluto, mais do que nunca atual. Afinal, a individualidade é cada vez mais um excercicio de critica de todas as coisas...
Reproduzo aqui alguns fragmentos de textos reunidos na coletanea O Livro dos Insultos de H L Mencken, selecionado, traduzido e prefaciado por Ruy Castro:
“ Um dos princiapais encantos da mulher na sociedade humana talvez seja o fato de que elas são relativamente incivilizadas.”
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O homem, na melhor das hipóteses, continua uma espécie de animal cambeta, incapaz de tornar-se redondo e perfeito como, digamos uma barata é perfeita.”
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O MEDICO
“A medicina preventiva é a corrupção da medicina pela moralidade. É impossivel encontrar um medico que não avacalhe sua teoria da saude com a teoria da virtude. Toda a medicina, de fato, culmina numa exortação etica. Isto resulta num conflito diametral com a ideia de medicina em si. O verdadeiro objetivo da medicina não é tornar o homem virtuoso; é o de protege-lo e salvá-lo das consequencias de seus vivios. O medico não prega o arrependimento; ele oferece a absorvição.”
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Talvez a qualidade mais valiosa que qualquer homem possa ter neste mundo seja um ar naturalmente superior, um talento para impinar o nariz com desprezo.”
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O CREDULO
“A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilogica na ocorrencia do improvável. Ela contem um sabor patológico;extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso dominio da metafisica transcendental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenomeno objetivo, não consegue afetar sua infermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: “Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado”.
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“Talvez a mais valiosa de todas as propriedades humanas, depois de um ar de empáfia e superioridade, seja a reputação de bem sucedido. Nenhuma outra coisa torna a vida mais fácil.”
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“Todo home descente se envergonha do governo sob o qual vive.”
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Todo artista de alguma dignidade é contra seu próprio pais. Pense em Dante, Tolstoi, Shakespeare, Rabelais, Cervantes, Swift e Mark Twan.”
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“A democracia é a arte e a ciencia de administrar o circo a apartir da jaula dos macacos.”
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“A monogamia mata a apixão- e a paixão é o mais perigoso de todos os inimigos da civilização”
Referencia das citações: H L Mencken. O livro dos insultos de H L Mencken/ Seleção, tradução e prefácio de Ruy Castro. SP: Companhia das Letras, 1989, 3° reimporessão.
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