segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

REAL WORD



Algumas palavras



Dançam em algazarra,


Totalmente embriagadas,


No escuro palco


De um intraduzível pensamento.



Sei que nada


O fará legível


E, estas palavras,


Serão apagadas pelo silêncio


Do sono que a madrugada acorda.


Nunca dirão ao mundo


O estranho significado que guardam


Como o segredo e delírio


De alguma fantasia de viva verdade...

WORD IS FREEDOM

domingo, 24 de janeiro de 2010

SOBRE A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA



Normalmente os manuais e compêndios de filosofia guardam um curioso e desafiador silêncio com relação à filosofia contemporânea ou, o que poderíamos denominar, em termos heterodoxos, como “filosofia do tempo presente”...

Ainda se sustenta uma imagem conservadora de filosofia que a vincula ao cânon dos grandes filósofos da Antiguidade, Idade Media e primórdios da modernidade, como Decartes e seus pares.
Mas ao longo do século XX, pensadores como Heidigger , Witgenstein, Bertrand Russel, Sartre, Jean Baudrillard, Donald Davidson, dentre muitos outros, de diferentes e diversas maneiras, procuraram dar respostas aquele difuso sentimento epocal de que nossas representações e codificações de mundo já não significam grande coisa e não fornecem subsidios relevantes a sustentação simbolica de nossa realidade vivida.
Pela primeira vez a filosofia recvonheceu o caos como imagem e possibilidade possivel do real humanamente construido e tentou estabelecer novas bases para o conhecimento e o saber aproximando-se, em algumas vertentes  da cultura laica do saber cientifico. Premissa clara, especialmete, no campo da filosofia da linguagem e da filosofia analitica .
Afinal, o que significa filosofia hoje?...

O LIMITE DA PALAVRA...

Palavra alguma me define



Entre os cotidianos discursos


Do pensamento...






Tudo que digo


Me escapa, ou distorce,


No irracional exercício


De existir imerso


Em caos e mundo...






O presente


É o único futuro


Que conheço,


Preenchendo


Com significados


Os vazios que me definem


No absoluto nada do mundo


Em imaginações de amanhãs...

sábado, 23 de janeiro de 2010

CANT'T BUY MY LOVE by JONATHAN GOULD II



Talvez a musica que lhe empresta o titulo revele o mais profundo significado do livro de Jonathan Gould sobre os Beatles lhe afastando da leitura simplista da beatlemania ... transformando a banda em arquétipo do mais profundo e contestador significado concreto da formula “amor” que a banda realizou em nossos imaginários ...



Can't buy me love, love


Can't buy me love


I'll buy you a diamond ring my friend


If it makes you feel all right


I'll get you anything my friend


If it makes you feel all right


'Cause I don't care too much for money


For money can't buy me love


I'll give you all I've got to give


If you say you love me too


I may not have a lot to give


but what I've got I'll give to you


For I don't care too much for money


Money can't buy me love


Can't buy me love


Everybody tells me so


Can't buy me love


No, no, no, no


Say you don't need no diamond ring


And I'll be satisfied


Tell me that you want those kind of things


that money just can't buy


For I don't care too much for money


For money can't buy me love


Can't buy me love


Everybody tells me so


Can't buy me love


No, no, no, no


Say you don't need no diamond ring


And I'll be satisfied


Tell me that you want those kind of things


that money just can't buy


For I don't care too much for money


For money can't buy me love


Ooh, can't buy me love, love


Can't buy me love, no




TRADUÇÃO


Não pode comprar o meu amor, amor


Não pode comprar o meu amor






eu lhe comprarei um anel de diamantes, Minha amiga


Se isso fizer você se sentir bem


Eu lhe darei tudo, minha amiga


Se isso fizer você se sentir bem


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor






Eu lhe darei tudo o que eu tenho para dar


Se você me disser que me ama também


Eu posso não ter muito para dar


mas o que eu tenho eu darei para você


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor






Não pode comprar meu amor


Todo mundo me diz isso


Não pode comprar meu amor


Não, não, não, não






Diga que você não precisa de anéis de diamantes


E eu ficarei satisfeito


Me diga que você quer aquelas coisas


que o dinheiro não pode comprar


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor






Não pode comprar meu amor


Todo mundo me diz isso


Não pode comprar meu amor


Não, não, não, não






Diga que você não precisa de anéis de diamantes


E eu ficarei satisfeito


Me diga que você quer aquelas coisas


que o dinheiro não pode comprar


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor


Ooh, não pode comprar meu amor, amor


Não pode comprar meu amor, não


CANT'T BUY MY LOVE by JONATHAN GOULD


A obra Cant’ Buy me Love : Os Beatles, a Grã Bretanha e os Estados Unidos, by Jonathan Gould, é um interessante esforço de compreensão do contexto histórico que permitiu a gênese e o se fazer dos Beatles como a mais singular e impactante banda de rock dos anos 60; fenômeno sócio cultural que formatou direta e indiretamente uma geração e mudou a linguagem da musica popular angro saxã de uma forma ainda hoje sem paralelos.





Apesar da narrativa mais descritiva do que propriamente analítica, este trabalho tem o mérito de entrelaçar biografia, critica musical e história cultural no mosaico vivo de uma leitura profunda da obra dos fabulours four que os torna uma imagem viva que, transcendendo seu próprio tempo, alcança o futuro de nós mesmos em múltiplas releituras e mágico encanto de atualizações e transformações...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O EGO SEGUNDO C.G. JUNG



Uma das premissas que considero mais interessantes para uma psicologia pós junguiana é aquela sugerida pela formulação de Jung sobre a natureza do ego. Para ele, como se sabe, o ego era um complexo dentre muitos outros, mas articulado a uma diversidade de processos psíquicos que o tornam centro do fenômeno da consciência. Ao mesmo tempo sua autonomia em relação as dinâmicas da psique objetiva e, até mesmo sua substancialidade, são fenômenos profundamente relativos...



“... A consciência do eu é um complexo que não abrange o ser humano em sua globalidade: ela esqueceu infinitamente mais do que sabe. Ouviu e viu uma infinidade de coisas das quais nunca tomou consciência. Há pensamentos que se desenvolvem à margem da consciência, plenamente configurados e complexos, e a consciência os ignora totalmente. O eu sequer tem uma pálida idéia da função reguladora e incrivelmente importante dos processos orgânicos internos a serviço da qual está o sistema nervoso simpático. O que o eu compreende talvez seja a menor parte daquilo que uma consciência completa deveria compreender.


O eu, portanto, só pode ser um complexo parcelar. Talvez seja ele aquele complexo singular e único cuja coesão interior significa a consciência. Mas qualquer coesão das partes psíquicas não é em si mesma a consciência? Não se vê claramente a razão pela qual a coesão de uma certa parte de funções sensoriais e de uma certa parte do material de nossa memória deve formar a consciência, enquanto a coesão de outras partes da psique não a forma. O complexo da função de vista, da audição, etc., apresenta uma forte e bem organizada unidade interior. Não há razão para supor quer esta unidade não possa ser também uma consciência. Como bem nos mostra o caso da surda-muda e cega Hellen Keller, bastam o sentido do tato e a sensação corporal para tornar possível a consciência e faze-la funcionar, embora se trate de uma consciência limitada a estes dois sentidos. Por isto eu acho que a consciência do eu é uma síntese de várias “consciências sensoriais”, na qual a autonomia de cada consciência individual fundiu-se na unidade do eu dominante.


Como a consciência do eu não abrange todas as atividades e fenômenos psíquicos, isto é, não conserva todas as imagens nela registradas, e como a vontade, apesar de todo o seu esforço, não consegue penetrar em certas regiões fechadas da psique, surge-nos naturalmente a questão se não existiria uma coesão de todas as atividades psíquicas semelhante à consciência do eu, uma espécie de consciência superior e mais ampla na qual o nosso eu seria um conteúdo objetivo, como, por exemplo, o ato de ver, em minha consciência, fundido, como esta, com outras atividades inconscientes em uma unidade superior. A consciência de nosso eu poderia certamente estar encerrada numa consciência completa, como um circulo menor encerrado em um maior.”


( C G JUNG. Espírito e Vida, in OBRAS COMPLETAS DE C.G. JUNG. Volume VIII/2 “A Natureza da Psique/ tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha. Petrópolis: Editora Vozes, 3° ed, p. 266 )

O VAZIO DO OUTRO...



Nada encontro



Nos olhos do outro


Além do múltiplo


Acontecer de si


Na caótica diversidade


Do existir humano...






Somos todos


A soma dos muitos


Dentro de nós


Na indeterminada


E cega busca


De um rosto


Que nos ensine


O elementar da vida


Enquanto desaprendemos


Quem somos...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

MUSIC AND REAL...

Sigo no sentido do vento



O mágico acontecer


De uma melodia


Que me ensina


O falso da alma


Do meu acontecer


Em mundo...


Sei que tudo é mera ilusão


E busca


Do inatingível


De mim mesmo...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O PENSAMENTO COMO ELEMENTAR FANTASIA...



O que nos faz humanos não é o que sentimos, mas o que pensamos...



&


Pensar é um modo de se afastar das coisas apenas para recuperá-las como “realidade vivida”.


&


A palavra é o corpo do pensamento. Mas, em nosso cotidiano, quase não dizemos nada através delas..


&


O saber cientifico é a didática do pensamento traduzida em reflexão e ambigüidade da consciência...


&


Um abismo separa o ato de acreditar do cético desafio de pensar...


&


Toda criação do pensamento é uma fecunda realização de imaginação criadora...


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A idéia de natureza foi para a modernidade a mais importante fantasia do pensamento...





segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MY LIFE...



Já aprendi que a vida



Não leva além


Do efêmero e incerto momento


De estar vivo;


De lidar com o medo,


O tempo,


O riso e a lágrima


Dentro do limitado


E passageiro nada


De uma existência...

DONT’T BE CRUEL...