sábado, 21 de novembro de 2009

FILOSOFIA BY HOUSE





“Querer é essencialmente sofrer, e como o viver é querer, toda a existência é essencialmente dor. Quando mais elevado é o ser, mais sofre... A vida do homem não é mais do que uma luta pela existência com a certeza de ser vencido... A vida é uma caçada incessante onde, ora como caçadores, ora como caça, os entes disputam entre si os restos de uma horrível carnificina; uma história natural da dor se resume assim: querer sem motivo, sofrer sempre, lutar sempre, depois morrer e assim sucessivamente, pelos séculos dos séculos, até que nosso planeta se faça em bocados.”



By Arthur Schopenhauer in AS DORES DO MUNDO

SOBRE O IRRACIONALISMO PROFUNDO DA EXISTÊNCIA

É muito fácil criar explicações complicadas e vazias para a irrelevância dos fatos cotidianos e fazê-los em magia de letra parecerem relevantes... Mas todo significado possível que atribuímos as coisas pressupõe uma boa dose de imaginação...

Acreditamos tanto em nossas arbitrarias representações de “realidade” que não percebemos uma premissa elementar da fenomenologia da existência: Há um “algo mais” irracional em nossas representações conscientes de mundo, em nossa subjetividade, que fere sua duvidosa ou imprecisa ontologia.
Podemos, em ultima instância , associar o fenômeno da vida ao irracional da necessidade ou e uma impessoal vontade que nos devora e sustenta, não nos permitindo uma compreensão adequada daquilo que chamamos pensamento ou consciência... Já que não passam de um fosco e paradoxal reflexo do irracional...

Arthur Schopenhauer e o sentido da vida...




Citações são necesárias na cosntrução de cadeias de sentido que nos sustentam a própria vida e pensamento... Somos como individuos os elos de uma infintita e indefinivel corrente...

“ As coisas só tem atrativo enquanto nos não tocam. A vida nunca é bela, só os quadros da vida são belos, quando o espelho da poesia os ilumina e os reflete, principalmente na mocidade, quando ignoramos ainda o que é viver.”


Arthur Schopenhauer in AS DORES DO MUNDO

sábado, 14 de novembro de 2009

UMA MISSIVA DE C.G.JUNG

A missiva seguinte é uma das mais interessantes dentre a obra epistolar de C.G.Jung. Talvez por nos comunicar um dos dilemas estruturais da cultura humana... a dialética dos opostos e a fragilidade de todo sentimento de verdade em uma cultura massificada, bem como o sofrimento decorrente disto....


" A um destinatário não identificado
França

28.04.1955
“Prezado Senhor,
Suas idéias o confrontam com um problema geral da cultura, que é complicado ao extremo*. O que é verdade num lugar não é verdade em outro. “O sofrimento é o cavalo mais veloz que vos leva à perfeição”, mas também o contrário é verdadeiro. O adestramento pode ser disciplina, e esta é necessária para o caos emocional da pessoa; mas pode igualmente manter o espírito vivo, como o vemos muitíssimas vezes. Na minha opinião não há palavra mágica que resolva em definitivo este complexo de questões; também não existe nenhum método de pensar, viver ou agir que elimine sofrimento e infelicidade. Se a vida de uma pessoa consiste de duas metades- uma de felicidade e outra de infelicidade- isto é provavelmente o ótimo que se pode alcançar; mas permanece sempre uma questão insolúvel se o sofrimento educa mais ou desmoraliza mais.
Seria errado, porem, entregar-se ao relativismo e ao indiferentismo. O que se pode melhorar em determinado lugar e tempo deve ser feito, pois seria mera tolice não fazê-lo. O destino do homem sempre esteve entre dia e noite. Nada podemos mudar nisso.

O destinatário havia anexado à sua carta um manuscrito com o titulo “Die Formel der Verwirrung”. Tratava de sua reação diante da desorientação geral de nossa civilização bem como de suas idéias sobre o crescente “adestramento” dos seres humanos, que os transforma em autômatos."

(C.G Jung. Cartas de; ( volume II- 1946-1955)/ tradução de Edgard Orth; editado por Aniela Jaffé; em colaboração com Gerhard Adler. Petrópolis: Vozes,2002, p. 415-416)



KAOS




Nos diversos rostos

De meus eus perdidos
E espalhados no tempo vivido,
Desconstruo identidades,
Certezas e verdades.

Já quase não sei
Quem sou
Diante de futuros desgovernados
E imagens soltas de pensamento.
Subverto imprudente
Toda tradicional subjetividade...



MEU EU NO TEMPO

MEU

Tento encontrar

A mim mesmo
Nos passados de certos
Lugares,
Colher meus próprios
E concretos vestígios
Para enganar o vazio
De meta futuros,
Contemplando meu rosto
No obscuro
E concreto devir do tempo
Sonhado e vivido...

BREVE NOTA SOBRE A IMAGINAÇÃO DA EXISTÊNCIA

NO

São as imaginações da existência que nos edificam o rosto na experiência de cada dia novo. É o sofrer dos fatos e possibilidades que cumulativamente estabelecem quem somos nas áridas paisagens do mundo vivido.

Imersos em emaranhados de situações definidas a nossa revelia pelo caprichoso acaso, nos transformamos naquilo que nos acontece externamente, como se a realidade realmente existisse...



terça-feira, 10 de novembro de 2009

LIFE...

Respiro vida,

Como vida,
Transpiro vida,
Imergindo em abstrato
E vago pensamento...
Que me leva...
A vida...

Vida é o tudo
E o todo do absurdo
No me fazer impreciso
Entre todas as coisas
Do mundo...


Life is real..
Real is love....

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

TORN DOWN THIS DAY 20 YEARS AGO...




A queda do muro de Berlim completa hoje 20 anos consolidando-se como um dos principais marcos da história social e política do século XX. Embora uma de suas conseqüências diretas tenha sido, obviamente, a reunificação alemã não me parece fecundo interpretá-la como um acontecimento nacional, mas global, no contexto da revolução que então ocorria na Europa centro oriental através da implosão do chamado “socialismo real”.

A queda do muro foi, portanto, um dos mais decisivos momentos do surpreendente fim da guerra fria ou da desconstrução do insano embate ideológico maniqueísta que pateticamente a sustentava.
O mais curioso é que nenhum analista previu na época a possibilidade do evento e, ainda hoje, sua história, bem como dos seus desdobramentos e implicações, permanece por ser escrita...
Talvez caiba aqui uma heterodoxa interpretação da construção dos fatos históricos, como tradução imaginativa do ilegível das épocas... Afinal, toda historiografia não passa de uma curiosa narrativa arbitrária e fecunda que nos inventa e reinventa nas configurações múltiplas de tempo e espaço.





domingo, 8 de novembro de 2009

UMA MANHÃ DE TÉDIOS E ACASOS...



O zumbido do tráfego urbano

Mistura-se a música suave
Do apartamento
Ao lado
Decorando o quarto.

Há algo de frívolo
Ou fátuo
Nesta manhã encolhida
No estreito tempo
Dos atos,
Há um forte cheiro
De tédio
Em tudo que faço,
Além de um grande
Silêncio
Crescendo aqui dentro...