A queda do muro de Berlim completa hoje 20 anos consolidando-se como um dos principais marcos da história social e política do século XX. Embora uma de suas conseqüências diretas tenha sido, obviamente, a reunificação alemã não me parece fecundo interpretá-la como um acontecimento nacional, mas global, no contexto da revolução que então ocorria na Europa centro oriental através da implosão do chamado “socialismo real”.
A queda do muro foi, portanto, um dos mais decisivos momentos do surpreendente fim da guerra fria ou da desconstrução do insano embate ideológico maniqueísta que pateticamente a sustentava.
O mais curioso é que nenhum analista previu na época a possibilidade do evento e, ainda hoje, sua história, bem como dos seus desdobramentos e implicações, permanece por ser escrita...
Talvez caiba aqui uma heterodoxa interpretação da construção dos fatos históricos, como tradução imaginativa do ilegível das épocas... Afinal, toda historiografia não passa de uma curiosa narrativa arbitrária e fecunda que nos inventa e reinventa nas configurações múltiplas de tempo e espaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário