O fim de um dia de trabalho é como uma página em branco de biografia onde nos contentamos com a insignificante expontâneidade do acontecer sem compromisso de rotinas não laboriosas.é quando passamos dos desertos públicos aos desertos privados na continuidade de vazios que nos definem no exercicio de insondáveis silêncios intimos e constantes...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
A TRAGÉDIA DE Hillsborough
Nesta quarta feira, a cidade de Liverpool vestiu-se de luto para lembrar amargamente os 20 anos daquela que foi a maior tragédia do football inglês.
Trata-se da partida de 15 de abril de 1989 da semifinal da Copa da Inglaterra, entre os times Liverpool e Nottingham Forest, no estádio Hillsborough, em Sheffield.
O jogo foi interrompido seis minutos após o início quando, depois de uma agromeração e confusão nos tuneis estreitos que davam acesso ao estadio, 730 pessoas ficaram feridas e, 96 torcedores, todos do Liverpool, morreram esmagados...
Entre as homenagens aos mortos desta quarta, houve dois minutos de silêncio na cidade de Liverpool às 14 : 06 horas (horário local), quando a 20 anos atrás a tragédia aconteceu...
Até hoje o time do Liverpool não joga no dia 15 de abril...
Que dias como esse jamais voltem a acontecer pelos caminhos incertos de cada acaso e fortuna ...
Essa tragédia ainda é uma ferida aberta...
O OUTRO COMO CAMINHO DA INDIVIDUAÇÃO
O que há de mais paradoxal na condição de indivíduo é a incontornável necessidade do outro para sustentar a própria auto-consciência... É através do outro que paradoxalmente nos tornamos o que já somos; um outro que em muitos sentidos sempre permanece irremediavelmente distante. Pois quanto mais íntimos nos tornamos de alguém, mas somos surpreendidos pelo seu ontológico alheamento.Disso se conclui que a individualidade, ou o humano em singularidade psicológica, não é propriamente uma condição definida pela auto consciência, mas sim um fluxo de experiências autônomas estabelecidas interativamente. É a experiência da diferença, da pluralidade de possibilidades e escolhas, através do outro o que nos torna únicos no estranho processo de tomada de consciência de si mesmo que também é uma vivencia constante de estranhamentos e redescobertas.
NOW...
SOBRE A ILUSÂO DA VERDADE
Aquilo que conhecemos como verdade não é uma qualidade do mundo sensível, mas algo definido pelo intelecto humano. A verdade é tão somente uma necessidade, uma tendência inerente as configurações da consciência para estabelecer referencia e padrões de realidade. Isso faz dela uma função do pensamento, algo que não corresponde a qualquer coisa objetivamente existente.A verdade, em resumo, é apenas um mito...
domingo, 12 de abril de 2009
BLACK NIGHT
CRÔNICA RELÂMPAGO XLIX
Há estranhas ocasiões em que penso no quanto seria decisivo, talvez, poder mudar o passado, trasmutar o presente em reinvenções de expectativas de futuros. Mas nenhum desejo poderia ser mais fútil e inútil no ato de ser precariamente em uma biografia.
Todo viver é, o tempo todo, esboço e pluralidade de possibilidades em qualquer determinado cenário de circunstâncias. O Hoje é o grande campo de batalha da vida perante um potencial amanhã que nunca morre como possibilidade.
Como esboços de sobrevivências a nós mesmos, construímos os futuros possíveis em readaptações e reinvenções do que provisoriamente somos na aventura de cada momento...
Todo viver é, o tempo todo, esboço e pluralidade de possibilidades em qualquer determinado cenário de circunstâncias. O Hoje é o grande campo de batalha da vida perante um potencial amanhã que nunca morre como possibilidade.
Como esboços de sobrevivências a nós mesmos, construímos os futuros possíveis em readaptações e reinvenções do que provisoriamente somos na aventura de cada momento...
RELEITURAS
sexta-feira, 10 de abril de 2009
MONTY PYTHON: A VIDA DE BRIAN
Lançada em 1979 LIVE OF BRIAN, segundo filme wado grupo de comediantes britânicos Monty Python ainda hoje é a única comédia bíblica de toda a historia do cinema. Trata-se na verdade de uma inteligente e divertida critica a difusão do messianismo cristão e uma sátira mordaz as clássicas adaptações wollywoodianas de temas bíblicos.
Brian Cohen ( Gaham Chapman) é um relutante candidato a messias na Judéia do ano 33 DC, onde o Império Romano procura manter alguma ordem em meio ao caos, miséria, movimentos messiânicos, profetas delirantes e atos de crucificação.
Para mim, particularmente, o melhor momento desta singular e hilariante comedia é seu final, ou mais precisamente a crucificação de Brian após uma série de reveses e peripécias. O tema musical que acompanha a cena é certamente uma das mais preciosas amostras do humor corrosivo e irreverente do Monty Python e, porque não dizer, uma verdadeira filosofia de vida...
Brian Cohen ( Gaham Chapman) é um relutante candidato a messias na Judéia do ano 33 DC, onde o Império Romano procura manter alguma ordem em meio ao caos, miséria, movimentos messiânicos, profetas delirantes e atos de crucificação.
Para mim, particularmente, o melhor momento desta singular e hilariante comedia é seu final, ou mais precisamente a crucificação de Brian após uma série de reveses e peripécias. O tema musical que acompanha a cena é certamente uma das mais preciosas amostras do humor corrosivo e irreverente do Monty Python e, porque não dizer, uma verdadeira filosofia de vida...
ALWAYS LOOK ON THE LIGHT SIDE OF LIFE
Some things in life are bad
They can really make you mad
Other things just make you swear and curse
When you're chewing on life's gristle
Don't grumble, give a whistle
And this'll help things turn out for the best...
And... ...always look on the bright side of life...
(Whistle)
Always look on the light side of life...
(Whistle)
If life seems jolly rotten
There's something you've forgotten
And that's to laugh and smile and dance and sing
When you're feeling in the dumps
Don't be silly chumps
Just purse your lips and whistle - that's the thing.
And...always look on the bright side of life...
(Whistle)
Come on. Always look on the bright side of life...
(Whistle)
For life is quite absurd
And death's the final word
You must always face the curtain with a bow
Forget about your sin - give the audience a grin
Enjoy it - it's your
last chance anyhow.
So always look on the bright side of death
Just before you draw your terminal breath
Life's a piece of shit
When you look at it
Life's a laugh and death's a joke it's true
You'll see it's all a show
Keep 'em laughing as you go
Just remember that the last laugh is on you
And always look on the bright side of life...
(Whistle)
Always look on the bright side of life...
(Whistle)
Come on guys, cheer up.
Always look on the bright side of life...
Always look on the bright side of life...
Worse things happen at sea you know.
Always look on the bright side of life...
I mean - what have you got to lose?
You know, you come from nothing - you're going back to nothing.
What have you lost?
Nothing.
Always look on the bright side of life...
(Esta letra foi retirada do site www.letrasdemusicas.com.br )
quinta-feira, 9 de abril de 2009
LIVRES ESPECULAÇÕES EM TORNO DE GEORGE HARRISON
A devoção de George Harrison, “the quiet Beatle" ao hinduismo nos fins dos anos 60 do ultimo século, influenciou decisivamente a musicalidade e entrada dos Beatles na maturidade tanto quanto contribuiu para a assimilação da cultura oriental pelo ocidente em um momento de profundos questionamentos identidários e culturais para os quais o rock era uma linguagem, uma forma privilegiada de expressão. Talvez este seja o principal legado do individuo singular que foi George...
Definitivamente, o mais discreto e introspectivo dentre os Beatles também foi o mais sofisticado e complexo poeticamente. Uma canção aparentemente simples como Here Comes the sun ( 1969), por exemplo, não fala poeticamente do amanhecer, mas desnuda o caráter ilusório de nossas percepções contraposta a imagem da luz interior e exterior personificada pelo nascer sol. É uma “canção mito” de momentos de transformações, mudanças e descobertas.
Mas é sabido que, ao contrário de John Lennon, George era um pouco cético com relação ao poder da linguagem como meio de expressão. Arrisco-me a afirmar que, para ele, as questões e experiências mais importantes da vida não poderiam ser traduzidas convenientemente em palavras, pois a essência da condição humana é inefável e indefinível em termos racionais. Gosto de pensar como um exemplo desta ousada hipótese a clássica canção Something (1969). A letra não nos oferece qualquer definição do amor, apenas especula em devaneio sobre “aquela coisa” que existe no modo de se mover de uma determinada mulher que, sabe-se lá porque, atrai o narrador e a torna única para ele. O amor é aqui apenas “aquela coisa” indefinível, aquela magia sem nome que conduz um homem a uma determinada mulher. No fundo o amor é realmente apenas isso no alem de conceitos e abstratas valorações inúteis.
Something
By George Harrison
Something in the way she moves
Definitivamente, o mais discreto e introspectivo dentre os Beatles também foi o mais sofisticado e complexo poeticamente. Uma canção aparentemente simples como Here Comes the sun ( 1969), por exemplo, não fala poeticamente do amanhecer, mas desnuda o caráter ilusório de nossas percepções contraposta a imagem da luz interior e exterior personificada pelo nascer sol. É uma “canção mito” de momentos de transformações, mudanças e descobertas.
Mas é sabido que, ao contrário de John Lennon, George era um pouco cético com relação ao poder da linguagem como meio de expressão. Arrisco-me a afirmar que, para ele, as questões e experiências mais importantes da vida não poderiam ser traduzidas convenientemente em palavras, pois a essência da condição humana é inefável e indefinível em termos racionais. Gosto de pensar como um exemplo desta ousada hipótese a clássica canção Something (1969). A letra não nos oferece qualquer definição do amor, apenas especula em devaneio sobre “aquela coisa” que existe no modo de se mover de uma determinada mulher que, sabe-se lá porque, atrai o narrador e a torna única para ele. O amor é aqui apenas “aquela coisa” indefinível, aquela magia sem nome que conduz um homem a uma determinada mulher. No fundo o amor é realmente apenas isso no alem de conceitos e abstratas valorações inúteis.
Something
By George Harrison
Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know
Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
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