A devoção de George Harrison, “the quiet Beatle" ao hinduismo nos fins dos anos 60 do ultimo século, influenciou decisivamente a musicalidade e entrada dos Beatles na maturidade tanto quanto contribuiu para a assimilação da cultura oriental pelo ocidente em um momento de profundos questionamentos identidários e culturais para os quais o rock era uma linguagem, uma forma privilegiada de expressão. Talvez este seja o principal legado do individuo singular que foi George...
Definitivamente, o mais discreto e introspectivo dentre os Beatles também foi o mais sofisticado e complexo poeticamente. Uma canção aparentemente simples como Here Comes the sun ( 1969), por exemplo, não fala poeticamente do amanhecer, mas desnuda o caráter ilusório de nossas percepções contraposta a imagem da luz interior e exterior personificada pelo nascer sol. É uma “canção mito” de momentos de transformações, mudanças e descobertas.
Mas é sabido que, ao contrário de John Lennon, George era um pouco cético com relação ao poder da linguagem como meio de expressão. Arrisco-me a afirmar que, para ele, as questões e experiências mais importantes da vida não poderiam ser traduzidas convenientemente em palavras, pois a essência da condição humana é inefável e indefinível em termos racionais. Gosto de pensar como um exemplo desta ousada hipótese a clássica canção Something (1969). A letra não nos oferece qualquer definição do amor, apenas especula em devaneio sobre “aquela coisa” que existe no modo de se mover de uma determinada mulher que, sabe-se lá porque, atrai o narrador e a torna única para ele. O amor é aqui apenas “aquela coisa” indefinível, aquela magia sem nome que conduz um homem a uma determinada mulher. No fundo o amor é realmente apenas isso no alem de conceitos e abstratas valorações inúteis.
Something
By George Harrison
Something in the way she moves
Definitivamente, o mais discreto e introspectivo dentre os Beatles também foi o mais sofisticado e complexo poeticamente. Uma canção aparentemente simples como Here Comes the sun ( 1969), por exemplo, não fala poeticamente do amanhecer, mas desnuda o caráter ilusório de nossas percepções contraposta a imagem da luz interior e exterior personificada pelo nascer sol. É uma “canção mito” de momentos de transformações, mudanças e descobertas.
Mas é sabido que, ao contrário de John Lennon, George era um pouco cético com relação ao poder da linguagem como meio de expressão. Arrisco-me a afirmar que, para ele, as questões e experiências mais importantes da vida não poderiam ser traduzidas convenientemente em palavras, pois a essência da condição humana é inefável e indefinível em termos racionais. Gosto de pensar como um exemplo desta ousada hipótese a clássica canção Something (1969). A letra não nos oferece qualquer definição do amor, apenas especula em devaneio sobre “aquela coisa” que existe no modo de se mover de uma determinada mulher que, sabe-se lá porque, atrai o narrador e a torna única para ele. O amor é aqui apenas “aquela coisa” indefinível, aquela magia sem nome que conduz um homem a uma determinada mulher. No fundo o amor é realmente apenas isso no alem de conceitos e abstratas valorações inúteis.
Something
By George Harrison
Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how
You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know
Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me
I don't want to leave her now
You know I believe and how