sexta-feira, 3 de outubro de 2008

OASIS E A TRANSMUTAÇÃO BRITÂNICA DO ROCK....


Faz poucos dias foi finalmente lançado na Europa e Estados Unidos, o tão esperado novo trabalho do Oasis DIG OUT YOUR SOUL... simbolicamente produzido no famoso estúdio Abbey Road, em Londres.
Necessário dizer que, embora até os dias de hoje, não muitos queridos, o Oásis foi e é, uma das maiores bandas de rock surgidas nos anos 90, depois de desbancarem ruidosamente os Stones Roses. Os “maus educados”, “drogados”, “encrenqueiros”, brigões verbais e físicos, ou “arrogantes” irmãos Gallangher, como rotulam seus detratores na imprensa e no mundo do rock; pelo talento e originalidade, em tempos de reinado quase absoluto do grunge norte americano, foram capazes de resgatar a vitalidade do rock britânico atestando sua capacidade singular de reinventar a si e a tradição . Liam e Noel, a partir da referência direta aos Beatles, ou pela imagem rebelde e irreverente META BEATLES, criaram através do movimento britpop, de uma franca e agressiva disputa com o Blur, a imagem fundamental e sacramental do rock contemporâneo.
Em poucas palavras, o que faz do Oásis uma banda singular é sua forte e indefinível personalidade, sua capacidade de, mesmo hoje em dia, transmitir o eco desconcertante do velho rock britânico dos anos 60 em uma perfeita síntese e atualização.
O Oásis combina, em outras palavras, a velha energia e atitude agressiva andergraund a sofistificação musical e lírica de uma grande banda de rock de nossos tempos!
A BANDA FOI E É UM OASIS NO DESERTO DO ROCK entre o caos e o momento de mercado e acasos dse ser em musica e identidade!!!!!!!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

LIVE AND DEATH


Cotidianamente
Lutamos pela certeza
De cada manhã de vida
Com a simplicidade dos animais.

Survival...
Live and death


Qual destino, afinal,
É mais digno
Que a realização
De mínimos objetivos
E pequenas necessidades?

Percorro rotinas sem grandes
Filosofias
Ou ideais de vida.

Basta-me apenas
A realidade,
Cada dia,
Cada silêncio
E alegria.

Aprendi a ser
Apenas eu mesmo
Entre as brutalidades
Serenas
E severos rigores
Das suaves guerras humanas.


Survival,
Live and death...
The weapons, gentlemen!

FATALIDADE

Talvez nada exista
Além da incerteza
Que me conduz ao vazio,
Ao acontecer sereno
De todas as coisas vivas
Em desafio
A gritar um novo
Que não percebo
Ou se quer existe
Na rotina fria
De todos os dias.

domingo, 28 de setembro de 2008

IMEDIATO IDEAL

Meu ideal imediato
É ser capaz de viver
Do provisório
E instável de cada dia
Sem pensar metas
Futuros
Ou grandes objetivos.

Não quero ser
Mais do que posso
Ou querer de volta
Aquilo que nunca tive.

Meu ideal imediato
É viver abaixo da superfície
Do rosto que me define entre as coisas.

ESPECULAÇÕES POS MODERNAS


Todos os discursos, sistemas de signos, significações conscientes e inconscientes, que definem a metaficção que é o próprio mundo real, já não são tão essenciais a existência individual. Na medida em que a experiência da individualidade e singularidade humana se desloca do referencial coletivo, das abstrações de uma “Humanidade”, afirmando-se como auto-consciência e finitude, os referenciais coletivos ou históricos deslocam-se do centro das vivências culturais abrindo caminho para uma "desfamililidade ontológica" que passa a mediar a experiência sensível do mundo.
Através de uma abertura maior a tudo aquilo que não cabe na palavra, da desconfiança dos poderes dos enunciados, nos tornamos despudoradamente "irracionalistas", egocêntricos e infantilmente vorazes no jogo de nossos desejos e sentimentos de mundo. A Vida tornou-se tão complexa, hostil e incerta, que nos faz duvidar da aplicabilidade do conceito de sociedade e coletivo ao complexo conjunto de redes de sociabilidades em que estamos inseridos e fazem o mundo acontecer em seus protocolos cotidianos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PEQUENAS ESPECULAÇÕES CONTRA A FÉ E VERDADE

A vida não possui a regularidade e previsibilidade de um calendário. É um acontecer de mundo sem sentido, aleatória inventabilidade humana a fazer-se no caótico do mundo, um fluxo ininterrupto de diversidades e pluralidades de coisas que se dissolvem no nada de virtuais totalidades. Contra as teleologias e meta-narrativas religiosas ou laicas, escrevo-me na anti verdade do silêncio, do minimo inteligível de minhas construções pessoais de vazios e abstrações cruas na invenção livre de cada dia em matéria e forma.

TEMPO PRESENTE

Sei que é tempo
De fazer algo
Do vento
Que me sopra por dentro
No acontecer dos dias
Em diversas direções de existência.

It is time...

As memórias do mundo
Apavoram rotinas
No fazer-se de horas
Em auroras de segundos
De puro desejo.

It is time...

Futuros arranham
Presentes,
Portas
Inventam novidades e destinos
enquanto janelas abertas de possíveis
Dias seguintes ou imprevisíveis
Revelam paisagens jamais vistas
Em risos de ébrio e ousado pensamento.
.

Talvez nada exista
Além da incerteza
Que me conduz ao vazio,
Do acontecer sereno
De todas as coisas vivas
Em desafio
A gritar um novo
Que não percebo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O DESAFIO DO VENTO

Um vento adentra curioso
A janela aberta
Buscando a suave música
Que neste instante povoa
O quarto, a alma
E as coisas.
Trata-se de um vento
Antigo e sem nome
Onde tudo
Permanece e passa
Como a imagem de um segredo
Diante da magia de um espelho.

Sou esse vento
Que sinto e vejo
No confortável frio
E ritmo de carne
Na canção que vivo
Em abstrato mundo
E vazio de céu fechado.

CRÔNICA RELÂMPAGO XXXVI

Nada é tão estranhamente misterioso quanto aquilo que conhecemos como passado. Afinal, se só o sabemos através de fragmentos de memória, é porque seu pleno domínio e acontecer nos escapa em presentes. Coisa que acontece até o ponto de torná-lo tão aberto e incerto quanto o futuro no complexo jogo que existe entre a memória, o esquecimento e o relativo desconhecido que define a distância ou ausência do que se foi.
Em certas circunstancias, redescobrir “coisas perdidas” revela-se uma curiosa forma de construir futuros a partir da redefinição De nossas experiências guardadas no fundo do tempo vivido.
Em poucas palavras, o passado esta longe de afigurar-se como uma modalidade morta de tempo no perpetuo se fazer de nós mesmos até nos reduzirmos ao próprio passado e a ausência.

DEVANEIO NOTURNO

Em algum impreciso ponto
De sonho e encanto
Vislumbro mil mundos
Nas dez mil coisas
De um dia aberto
Em diversas realidades.
Nele não imperam verdades
Apenas a sombra
De palavras e fantasias
Que me oferecem
Um sol na noite
Em embriagues de vida
E fome de sonho.