NIILISMO & LIBERDADE

A liberdade mais radical é aquela que nasce de um sentimento niilista, é uma consciência da nadificação, que nos livra do feitiço de todo discurso e convicção.

Liberdade é, antes de tudo, não estar preso a nenhuma narrativa, identidade , fabulação ou afeto, que reduza a vida a um sentimento de verdade.

Liberdade é não ser possuído pela ingenuidade da fé. É não estar preso, nem mesmo, ao mais concreto sentimento de si. Pois o ato de pensar não cabe onde sou. Todo pensamento é exterior.

NOVO EXISTENCIALISMO

Minha existência não é biografia.

É vida em movimento no tempo

que me transforma e finda 

É labirinto e não tragetoria,

É silêncio e memória

entre um eu e os outros

que extrapolam a história.

MEU FUTURO

Meu futuro recusa tudo

que nos afirma o passado e

o presente.

Meu futuro é um grito

contra a história e o tempo.

É movimento selvagem 

de uma revolta absoluta

contra toda existência.

Meu futuro é a resistência 

que hoje me reduz a grito e descrença.

O ÚNICO ALÉM DE STINER

A liberdade do Único 

é não ser prisioneiro

de verdades ou convicções,

é se perder no simulacro de si mesmo

até o limite do mais feliz desespero.

O Único transcende  o conjunto

de suas necessidades e ambições.

Ele é a extensão material

de um instante selvagem de natureza

que não se curva a razão 

nem conforma a um ego ou a  civilização.

O único é como um  relâmpago  dentro da escuridão...

A ARTE

A arte inventa

a realidade que escapa

a verdade,

cria vida além da existência,

misturando  corpo e mundo

em devir e imanência.

A arte transcende os deuses

e supera o humano.

Ela é aquilo que tudo transforma

através do tempo

contra a barbárie da civilização.

MEU SILÊNCIO

Meu silêncio não é conformismo,

é falta de compromisso

com tudo isso que nos castra e oprime,

é insatisfação e  evasão.

Meu silêncio é recusa,

protesto,

ou, simplesmente,

meu modo de dizer não

ou a simples premissa 

de uma  futura insurreição.

NÃO SOU POETA

Não sou poeta 

por talento, vaidade

ou vontade.

Não sou poeta...

Escrevo por necessidade,

precariedade e indecência.

Escrevo por consciência 

de uma grande insurgência 

que vem e será imensa.

DINHEIRO E TRABALHO

Hoje, dependemos de dinheiro 

 para atender as nossas necessidades,

 para satisfazer algumas vontades,

 ignorando a vida, o mundo,

 e a própria realidade. 

 Somos escravos do utilitarismo e do pragmatismo que nos consome, 

do Estado e do Capital

que nos reduz a números. 

Dependemos de dinheiro

onde tudo tem preço.

e, assim,  perdemos nossa dignidade,

 nossa potência de existir

e persistir contra o tempo. 

Trocamos nossa existência 

por qualquer salário,

ganhamos dinheiro desaparecendo aos poucos 

na rotina de algum trabalho.