na contramão da realidade,
fazer qualquer coisa
que me anime a existência.
Não busco com isso nenhum motivo
para imaginar futuros alternativos
ou inspiração para cultivar esperanças e utopismos.
Que fique aqui bem claro:
Não quero criar bandeiras ou fundar partidos.
Me basta qualquer coisa tola e pequena,
que rompa, sem grande alarde,
com todo nosso escandaloso conformismo.
Quero cultivar espantos.
Contento-me com o vigor de um susto,
de um uivo, de um cuspe, e,
talvez, até, de um suicídio,
que traduza toda perplexidade de estar vivo contemplando disparates e absurdos.
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