Ignoro todos os discursos,
instituições, valores,
rebanhos e mundos.
Sigo cego, surdo e mudo
pelo tempo que me consome e me falta,
pelas inúteis palavras que me restam
além do bem e do mal,
sem reconhecer autoridades,
poder, vaidade ou eloquência
maior do que minha indiferença.
Tudo é pó
e nada me importa,
pois também sou pó
e ninguém me intimida,
fascina ou governa
na indiferença da minha presença
tão sinceramente niilista.
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