sexta-feira, 21 de julho de 2023

QUASE NÃO SER

Entre as intensidades do desejo
e as incertezas da necessidade
inventa-se em mim um eu manco
feito de precariedades.

Não sei bem se existo
ou se sou uma ilusão
 das coisas que me colonizam.

Só sei que não sou eu
quem habita o mundo 
É o mundo quem me habita,
como um parasita.

No fundo sou apenas um corpo,
um lugar,
perdido no vazio de tudo.


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