quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O POR VIR DA MEMÓRIA

A memória não dá conta do existido.
Não esclarece o passado,
e muito menos explica o presente.

Ela é a potência do tempo,
o virtual dos atos no simulacro de imagens intempestivas
em perpétuo movimento.

É sempre fragmento,
narrativa acontecimento,
que não resolve a vida,
mas que realiza o inventário de suas ausências.

A memória é maior que a lembrança,
é sentimento de mundo,
que nos enterra vivos
entre a eternidade de um encanto e um momento de perda e de espanto
contra toda esperança.

A memória é sempre futura
e guarda um gosto de morte,
no eterno retorno da vida,
na impessoalidade do por vir
que nos reduz a silêncios.

Tudo passa....


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