Não esclarece o passado,
e muito menos explica o presente.
Ela é a potência do tempo,
o virtual dos atos no simulacro de imagens intempestivas
em perpétuo movimento.
É sempre fragmento,
narrativa acontecimento,
que não resolve a vida,
mas que realiza o inventário de suas ausências.
A memória é maior que a lembrança,
é sentimento de mundo,
que nos enterra vivos
entre a eternidade de um encanto e um momento de perda e de espanto
contra toda esperança.
A memória é sempre futura
e guarda um gosto de morte,
no eterno retorno da vida,
na impessoalidade do por vir
que nos reduz a silêncios.
Tudo passa....
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