terça-feira, 25 de maio de 2021

O FILHO DO VENTO

Tudo é  tarde demais.
Seja agora,
ontem,
ou amanhã. 

Meu momento é  a superfície  profunda
do indeterminado finito do sempre,
do urgente,
que foge ao mundo,
ao transcendente,
e brinca com o tempo.

Há em mim um sempre sem esperança ou eternidades,
niilista,
impertinente.


Tudo é  tão  intenso
enquanto dura
que ignoro a intuição  do nada
e a verdade do silêncio. 

Sou imagem e semelhança  do vento,
livre e selvagem,
nas vertigens do pensamento
como corpo e matéria  em movimento.



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