sexta-feira, 21 de maio de 2021

ESCRITA DE SI

As palavras que desenham meu corpo
em uma escrita de si
estão sempre fugindo
no traço do meu desaparecimento.

O subjetivo em mim
é  impessoal e íntimo.
Ele é intenso movimento inerte.

Tenho edificado com letras duras
um caminho sem rumo
na geografia do pensamento.

Pouco me importa a ordem do discurso,
a prisão dos enunciados.
Gagejo, uivo,
no hermetismo da ficção.
Sei que só há  ciência 
na literatura
e que a verdade dança 
no ritmo do irrazoável,
do inclassificável. 


Nenhum comentário: