sábado, 27 de março de 2021

A PERDA DO MUNDO

Exploramos o território do vazio,
nossa ausência  de mundo,
desenhando um mapa de angustias,
que se confunde com a sombra
de nossos próprios corpos.

 Aprendemos o tempo dos mortos
através  da geografia do caos primevo 
que ainda nos habita
intempestivo.

Nossos pés  não tem mais alma.
Não encontram chão. 
Escapamos a natureza e a vida
embriagados por tecnologias,
ambições doentias de dominação. 

Agora estamos fora de tudo,
desespacializados e enganados pelo absurdo de uma razão celeste.

Mas se viver se fez nosso lado de fora, 
é  porque buscamos nossa propria ausência,
inventamos em nós
um avesso de natureza,
um vazio de mundo,
um sem futuro dos pés,
através  da utopia do pensar verdade.







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