quinta-feira, 7 de novembro de 2019

O TRANSBORDAMENTO DO POSSÍVEL


Uma história que não seria aquela do que poderia haver de verdadeiro nos conhecimentos; mas uma análise dos ‘jogos de verdade’, dos jogos entre o verdadeiro e o falso, através dos quais o ser se constitui historicamente como experiência, isto é, como podendo e devendo ser pensado.”
Michel FOUCAULT
in História da Sexualidade vol. 2: O Uso dos Prazeres

A experiência de si é sempre a vivência dos limites do tempo presente. Pois esta condicionada a um dizível e a um visível, conformada a diversas formas de assujeitamento, de normalização da vida e do pensamento.

O “eu” através do qual escrevo, por  exemplo, é um componente do discurso que se confunde com os valores que condicionam qualquer enunciado,  estabelecendo os limites do possível do meu dizer.

O que me parece, portanto, desafiador e útil é buscar,  naquilo que permaneceu em estado virtual, que foi  objeto de interdição para viabilizar o possível, alguma sinalização de um outro futuro alternativo, de qualquer conteúdo rejeitado que ainda aguarda para nascer reinventando o presente. Estamos sempre grávidos de alguma palavra que foge as gramaticas vigentes, que se insinua como paixão, paradoxo e descontinuidade.

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