terça-feira, 14 de maio de 2019

A CORPORIZAÇÃO DA PALAVRA


Detesto a palavra que apenas se ocupa com informação, com a comunicação corriqueira, mecânica, onde o que é dito precisa ser reconhecido como mensagem corriqueira. Falo da palavra destinada a circulação, a troca e a barganha diária daquilo que não diz nada, que precisa reduzir tudo a um nome ou a uma explicação.

Esta palavra aprisionada pela razão,  serve sempre a um eu vaidoso que inventa objetos, que diz o que é e o que não é e tem a pretensão de reduzir o mundo a condição de um texto quase infinito onde tudo é compreensível.    

Já a palavra que me procura é quase imagética, não diz as coisas, é movimento, ritmo, expressão afetiva e sensações. Ela é espaço, campo de significações e invenções quase ilimitadas. Em suma, corporificações de pensamentos contra toda tradição logocêntrica.    

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