O individuo humano se define por seus
predicados. Ele não possui substancia em si mesmo como unidade isolada ou fato
empírico. É preciso que se faça através da linguagem, dos símbolos e signos que
articula na ação de dizer a si mesmo e o mundo. Mas seu dizer não se realiza
através de um esforço descritivo e de reconhecimento do que existe, ele se dá mediante a criação de um sentido próprio inerente ao próprio exercício de dizer. Expressão e interpretação coincidem no ato criativo de dizer.
O mundo acontece na medida em que é
interpretado e naturalizado através de códigos socialmente estabelecidos. O
individuo acontece como função inerente ao ato do discurso, ele acontece quando
faz deste discurso uma singularidade. Deste modo, aquilo que tenho a dizer não
pode ser dito da mesma maneira por qualquer outro e, entretanto, comporta o
dizer de todos os outros como possibilidade infinita do discurso. O modo próprio do dizer de alguém é seu mais
autêntico predicado.
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