terça-feira, 10 de abril de 2018

PARA UMA ÉTICA DA EXISTENCIA


Escrevo fugindo de mim,
Sendo o outro da palavra
Que me faz impessoalidade,
Linguagem que se duplica,
Em um dizer novamente
Sempre o mesmo do mundo,
Sempre o tédio da significação
No grande simulacro da representação.

Mas o que ainda pode ser dito?
O que ainda faz sentido?
Todos os livros somados
Não dizem nada que nos traduza
Além do dizer da representação das coisas.

Viva o Dadaísmo contra os adornos da civilização!
Queremos palavras que tenham cheiro, que tenham sabor,
Que nos acordem o corpo e os sentimentos.

Palavras que brilhem nos olhos,
Que sejam um exercício ético de vida e imaginação.






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