Escrevo fugindo de mim,
Sendo o outro da palavra
Que me faz impessoalidade,
Linguagem que se duplica,
Em um dizer novamente
Sempre o mesmo do mundo,
Sempre o tédio da significação
No grande simulacro da
representação.
Mas o que ainda pode ser dito?
O que ainda faz sentido?
Todos os livros somados
Não dizem nada que nos traduza
Além do dizer da representação
das coisas.
Viva o Dadaísmo contra os adornos
da civilização!
Queremos palavras que tenham
cheiro, que tenham sabor,
Que nos acordem o corpo e os
sentimentos.
Palavras que brilhem nos olhos,
Que sejam um exercício ético de
vida e imaginação.
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