quarta-feira, 31 de maio de 2017

A DECADÊNCIA DA HISTÓRIA

Tendemos a tomar o imediato do agora como um momento crucial e emblemático. Projetamos nele nossas ansiedades e o tomamos sempre como marco de rupturas e transformações. Afinal, diferente do passado e do futuro, o tempo presente é caracterizado pela ação, pelo acontecimento bruto e concreto. É onde as coisas efetivamente acontecem, tanto para o bem quanto para o mal.

Mas não necessariamente o presente é sinônimo de transformação. Sua dinâmica pode guardar inercias, continuidades e muito pouco potencial transformador. Nossa época não necessariamente  é o momento máximo e privilegiado de um suposto “processo histórico” onde nos encontramos constantemente as margens de um futuro condicionado a realização e emancipação da humanidade, tal como proposto pelo pensamento pós hegeliano, especialmente em sua vertente marxiana.

É, ao contrário, atualmente muito difícil vislumbrar um propósito racional ou teleologicamente orientado em  nosso convulso acontecer coletivo;muito menos vislumbrar um  progressivo desenvolvimento linear, positivo, da cultura humana. Em que pese o fascínio despertado pelos avanços tecnológicos e tensões  geo politicas,que em muito definem o jogo de xadrez mundial,não estamos avançado para nenhum ponto ideal do acontecer da humanidade. Pelo contrário, toda a historia humana nunca inspirou tamanho desencanto e ceticismo.....

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