Hoje em dia a
pluralidade tornou-se praticamente uma artifício cognitivo fundamental contra
os unilateralismos ideológicos. A aceitação da possibilidade de olhares
múltiplos sobre qualquer tema, em um mundo onde afloram fundamentalismos, pode
ser tomada como uma premissa importante para qualquer codificação sensata do
real ou consideração de qualquer tema.
Não é novidade
que qualquer filtro ideológico, e até mesmo metodológico, sempre induz a
teleologias. A perspectiva relativista, por outro lado, não nivela ao mesmo nível todas as leituras
possíveis de um dado fenômeno, mas estabelece que um único ponto de vista não é
suficiente para apreende-lo em sua totalidade.
Discursos com
pretensão à legitimação a partir do paradigma da Verdade são aparentemente
incompatíveis com tal tese. Mas apenas aparentemente se considerarmos que não
se defende aqui nada diferente de uma abordagem multidisciplinar onde diversas
ordens de discurso dialogam para enriquecer uma narrativa aberta.
Cada um de nós
produz enunciados inspirados em algum discurso de realidade que condiciona
nossas conclusões subjetivas. O fato de reconhecermos outras possibilidades de
enunciados não nos torna menos convictos de nossas conclusão, mas apenas
cientes de sua incontornável parcialidade.
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