sexta-feira, 31 de março de 2017

A REALIDADE AINDA FAZ SENTIDO?

Caminhar em um solo cognitivo minimamente seguro é um objetivo ingenuo na contemporaneidade. Vivemos em tempos de incertezas existenciais, sociais, politicas e epistemológicas. Substituímos o bem estar das metanarrativas e a pretensão a grandes verdades totalizantes pelo franco reconhecimento dos limites de nossas praticas discursivas.
O antídoto para a metafisica das palavras-verdades, sustentáculo dos enunciados de um sujeito cogniscente introspectivo que se impõe como medida do próprio conhecimento, tão característico da modernidade desde Descartes, foi substituído pela pluralidade de discursos e de perspectivas cognitivas, que se voltam para uma reflexão sobre a possibilidade do próprio conhecimento positivo da realidade. Em muitos casos, sem constituir um discurso com pretensões à Verdade.
Já não é o sentido da História ou um desvelamento da natureza que buscamos significar ou representar, mas a própria experiencia de domesticar o real através de codificações e símbolos, o próprio entendimento das coisas, é que parece questionável. O que hoje nos perguntamos é se o mundo que socialmente inventamos todos os dias ainda precisa fazer algum sentido.
Talvez os outros animais sejam mais felizes do que nós humanos. 



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