O social tornou-se um grande deserto depois do advento da
sociedade de massas. Segundo Baudrillard,
“Tal é a massa, um conjunto no vácuo de partículas individuais, de
resíduos do social e de impulsos indiretos: opaca nebulosa cuja densidade
crescente absorve todas as energias e os feixes luminosos circundantes, para
finalmente desabar sob seu próprio peso”
“Exatamente o inverso, portanto, de uma acepção “sociológica”. A
sociologia só pode descrever a expansão do social e suas peripécias. Ela vive
apenas da hipótese positiva e definitiva do social. A assimilação, a implosão
do social lhe escapam. A hipótese da morte do social é também a da sua própria
morte”.
“A massa é sem atributo, sem predicado, sem qualidade, sem referência.
Aí está sua definição, ou sua indefinição radical”.
“Massa sem palavra que existe para todos os porta-vozes sem história.
Admirável conjunção dos que nada têm a dizer e das massas que não falam. Nada
que contém todos os discursos. Nada de histeria nem de fascismo potencial, mas
simulação por precipitação de todos os referenciais”.
“Caixa preta de todos os referenciais, de todos os sentidos que não
admitiu, da história impossível, dos sistemas de representação inencontráveis, a massa é o que resta quando se esqueceu tudo
do social” .
“As massas são o “espelho do social”? Não, elas não refletem o social,
nem se refletem no social - é o espelho do social que nelas se despedaça”.
BAUDRILLARD,Jean.À sombra das maiorias
silenciosas: o fim do social e o surgimento das massas.São
Paulo:Brasiliense,1985.Trad.Suely Bastos.
Em poucas palavras o social já não pode
ser mensurado no amorfo da massa. Pelo contrário. Ele simplesmente deixou de
fazer sentido....
Nenhum comentário:
Postar um comentário