A dobra do tempo presente passa
pelo esvaziamento da forma –Homem, segundo Foucault. Trata-se do pensar-outro
do pensamento no vazio do homem desaparecido. Em outras palavras, se em Hegel ou
em Marx a ultrapassagem do presente aponta para a realização do humano, . Trata-se aqui de, como Nietzsche, pensar a
ultrapassagem do presente como um ultrapassar do humano como propósito e medida
de todas as coisas.
O pensar não deve permanecer
cativo a interioridade do sujeito que pensa, deve ser um pensar do pensamento,
uma critica aos pressupostos da razão ocidental. Assim, o tempo presente é
definido por um deixar de ser o que somos, por um movimento em direção ao que
ainda não somos e , portanto, nos é estranho.
Este inteiramente outro de nós
mesmos é o que me parece ser a meta do pensamento contemporâneo. Talvez, como
alerta Baudrillard, a realidade tenha se esgotado enquanto sentido.
Como ele próprio nos diz em COOL
MEMORIES III (FRAGMENTOS DE 1991-1995):
“A arte foi a transfiguração
poética do real. A filosofia foi a transfiguração poética do conceito. O que é
preciso transfigurar poeticamente daqui em diante é o desaparecimento disso
tudo- do real, do conceito, da arte, da natureza e da própria filosofia.”
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