domingo, 16 de agosto de 2015

AFINAL, A REALIDADE EXISTE?

Sinceramente, não consigo acreditar em objetividade, em uma consciência objetiva através da qual as coisas são apenas coisas. Pois a consciência  e vivencias que temos delas é sempre subjetiva e fantasiosa.

Meu aparelho de telefone celular, por exemplo, está longe de ser para mim um objeto na medida em que ele se torna um artifício, um prolongamento de minha própria capacidade de fazer coisas. Não no sentido de uma maquina industrial,  pois ele também cria novas possibilidades  de pensar e agir. Logo, ele se torna parte de mim enquanto sujeito e inventa, ao mesmo tempo, o próprio ato.  Afinal, meu telefone não é um mero instrumento para fazer ligações. Ele me permite acontecer no mundo através dos novos protocolos desenhados pela  cultura digital.

Quase não nos damos conta do enorme impacto das inovações tecnológicas em nossas vidas atualmente, o quanto elas reinventam a nossa própria condição humana, para o desespero dos mais conservadores.

Mas, apesar de todas as resistências, estamos mudando. O modo como codificamos a realidade está se transformando a ponto de nos darmos conta de que a própria ideia de realidade não é algo dado ou obvio naturalmente, mas construído. Os critérios a partir dos quais a realidade é tradicionalmente elaborada pelos nossos cérebros deve ser questionada , investigada.

Talvez a realidade seja apenas o sonho dos nossos corpos, do nosso cérebro...


Talvez, em algum momento, tenhamos de reaprender a existir.

Nenhum comentário: