A autenticidade, enquanto certeza de si mesmo, é uma experiência duvidosa.
Afinal, a veracidade não é um atributo objetivo de nossa autoconsciência, que é também consciência de mundo.
Entendida em seu sentido mais estrito a autenticidade pressupõe a expressão de uma essência, de uma identidade inequívoca, que contradiz o constante esforço de codificar e recodificar o mundo que define a realização de nossa condição humana.
Somos provisórios e perecíveis, logo não há uma autenticidade a ser realizada ou vivida que não seja simples simulacro de sua própria possibilidade. É mais fecundo, ao contrário, pensar a positividade do inautêntico, do provisório e do efêmero como parâmetro de qualquer auto definição.
Isso não nos torna mais felizes e nem responde a nossas questões mais elementares sobre a vida e o mundo. Mas a recusa da possibilidade de uma verdade revelada através de uma vida autêntica, nos ajuda a redefinir nossas codificações de realidade relativizando a eficácia de qualquer significação ou valoração das coisas através das quais “nos fazemos quem somos”.
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