terça-feira, 27 de agosto de 2013

DEPOIS DE MIM

Questões já não existem,
Apenas o caminho
Claro e mudo
De todos os dias.

Não pensarei em possibilidades,
Não cultivarei ideias,
Serei econômico com os sentimentos
E pouca atencioso com as novidades.

Minhas palavras serão precisas
Como a lamina de um cirurgião.
Meus dias serão em preto e branco
E a vida mais leve
Do que em qualquer sonho tolo
De felicidade.

domingo, 25 de agosto de 2013

TARDE DEMAIS



Aquela tarde
Estava tão triste,
Tão vazia de si mesma,
Que fazia doer o tempo
E chorar a vida
Através do mais simples
Acontecer das coisas.
Só porque
Já era tarde demais.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A ULTIMA PALAVRA

Não sei se a última palavra será minha ou do tempo. Tudo depende do significado atribuído as coisas vividas por minha precária consciência. Significado que não corresponderá as coisas, mas  as gramaticas do texto de minha própria vida.

PONTO MORTO

A  mesa de café da manhã
Esta desfeita
E a do almoço
Não será feita.
Pois as rotinas estão
Quebradas,
As horas estragadas
E a vida danificada
No cesto de roupas sujas.
A existência é como
Um quadro antigo
Em algum fundo de gaveta
E o a gora já não frequenta
Os ponteiros do relógio
Que apenas me enfeita o pulso.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

NÃO ME ESPEREM FELIZ

Não correrei
Jamais
O risco de ser feliz.
Pode ser que eu goste
E me desfaça
Em crise
Quando o sorriso
Morrer nos lábios
E tudo deixar de ser
Como eu tanto queria.
Sim.
Jamais correrei
Este risco,
Nem por uma migalha
De alegria.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

POEMA TRISTE

Minha poesia
Esta rouca,
Cansada e triste
De viver de acasos
Que já não dizem
O melhor da vida.
Minha poesia
Arde, desmaia a realidade,
Em imaginações impossíveis
Do muito que não aconteceu.


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

LEMBRANDO ANA CRISTINA CESAR

A morte
É meu medo
Mais radical
E meu vinculo umbilical
Com a vida,
Minha vontade de encontrar
Ana Cristina Cesar
E reinventar sua ausência
Como minha mais radical
Possível existência.
A morte é o abismo.
Viver é a queda
Nos jardins
De flores do mal.

AUTOBIOGRAFIA POETICA

Palavras não me conformam,
Não dizem o vazio
Que me transcende e espanta,
Apenas brincam
Com o significado do nada,
Apenas retalham
Minhas falsas certezas
E revelam o absurdo
De minhas imaginações
Em festa.
Palavras não funcionam
Direito,
Não se conformam
A gramatica
Através dos versos.
Palavras não são brinquedo...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

MINHA DOR

Sinto uma dor
Que não existe,
Mas me consome
Tão profundamente,
E me define
Tão precisamente,
Que chego até a pensar
Que é o mundo
Que não existe
Enquanto a dor inventa
Quem sou...

QUALQUER SILÊNCIO

Tem qualquer silêncio
Espetado
Em minha fala,
Qualquer vazio
Que me fere
E mata o tempo
Dos meus dias
Sem ventura e riso.
Qualquer tristeza
Que eu não sei o nome
Mas que me chama.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O SOSSEGO DA DOR

Cala vento!
Deixa a janela quieta!
Não acorda a dor
Que aqui dentro
Imensa
Pede silencio
Entre um gole e outro
De agonia.
Deixa a vida mansa
E inútil
Naquele canto escuro
De sala e melancolia.


MOMENTO TRISTE

Neste momento morno
Mato o tempo
Escrevendo a vida
Que não vivo,
Querendo qualquer
Outro dia
Onde eu respire os fatos
No sabor dos atos
E saiba sofrer
Cada desencanto
Como um  faço um poema
Inacabado.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

SEM EXPECTATIVAS

Dissociado e provisório
Vivo o suceder dos dias,
Os excessos de melancolia
E os abstratos questionamentos
Sobre o pouco da condição humana.
Não espero razões ou certezas
Que me sustentem o rosto
No passeio publico,
Muito menos o conforto
De um beijo sob o tumulto
Do meio dia.
Não espero nada
E, ao mesmo tempo,
Quero tudo que valha
Contra os ocasos
Dos meus lutos.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

CANTO DE NOITE

Qualquer canto de noite
Abriga
Meus silêncios,
Sorrisos quebrados,
Ausências,
Vazios
E desesperos contidos.
Qualquer canto de noite
Me abraça a sombra
Em festa de inquietações,
Gritos e desatinos,
Contra a vida morna
De todos os dias.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DESPEDIDA

Rasguei
Os passados que nos prendiam
As inercias do futuro,
Fiquei decomposto
E vazio,
A espera, talvez,
Que o instante seguinte
Desfizesse o equivoco
De nossas compartilhadas
Memórias.