sexta-feira, 29 de junho de 2012

SOBRE A INCERTEZA DO REAL

Especulações a parte, parece-me que o acontecer de um indivíduo tem algo de insólito e incompleto no modo como o percebemos em nossa própria autoconsciência.
Tendemos a valorizar demasiadamente o ego e sua autonomia na pseudo religiosa  centralidade do livre arbítrio quando, na verdade, nossas decisões e atos estão em boa medida condicionados a fisiologia do nosso corpo e aos arbítrios de nosso cérebro e sistema nervoso.
A consciência apenas nos assegura a possibilidade de reconhecer uma realidade exterior tal como nos é possível reconhecer em termos humanos, o que é o mesmo que dizer que apenas  sabemos o mundo a nossa imagem e semelhança.
Tais especulações não mudam absolutamente nada em nossas vidas, mas apontam para uma consciência mais “aberta” ou simplesmente menos comprometida com as codificações do dia a dia, a ponto de nos permitir uma perspectiva critica em relação  a todas as pequenas verdades nas quais tropeçamos diariamente.

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