Um dos temas cruciais a definição de contemporaneidade é o questionamento do conceito de sociedade e sua substituição pela idéia de sociabilidades ou rede de sociabilidades para definir a nova relação entre o “eu” e os “outros” dentro da imagética e gramática construída através do exercício de nossas individualidades contemporâneas.
Em um mundo onde novas codificações e valores coletivos se afirmam cada vez mais em clara oposição a toda representação tradicional de realidade fundada nos universais e na tradição, em idéias arcaicas como “estado nacional”,” família”, “religião” ou codificações complexas/imagéticas de conduta como as personificadas pelo amor romântico, persona laborativa ( profissão) e outra formulas que definem hoje o senso comum , é pertinente indagar sobre uma decadência do conceito de sujeito e suas exigências de identidade frente a opção anárquica da idéia/ vivencia do individuo ou individuação como centro do equilibiro entre o sentimento do eu e dos outros.
Estamos em outras palavras construindo um mundo cada vez mais livre dos condicionantes coletivos, de personas ou papéis sociais onde as multiplicidade de opções e possibilidades do individuo alcançam o primeiro plano da evolução social.
Cabe diante de tal constatação lembrar que o conceito de sociedade está longe de ser evidente enquanto realidade empiricamente constatável, só é aplicável na medida em que se articula através de codificações simbólicas voltadas para um modo agora abstrato de estabelecer vínculos entre os seres humanos a partir dos referências biológicos ( família) e culturais ( comunidade/ pertencimento, códigos impessoais de conduta) e referenciais de possibilidades de construção de significados ontológicos manifestos no discurso cotidiano que permitem a sensação ou valoração de um mundo comum a nos sustentar como singular acontecer da condição comum humana.
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