segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

HOUSE E A FILOSOFIA II




"Lies are like children. Hard work, but worth it because the future depends on it." - "Mentiras são como as crianças: apesar de incovenientes, o futuro depende delas."  - House


Segundo a coletânea House e a Filosofia, qual seria o sentido filosófico da máxima houseriana “Todo mundo mente” que tão enfaticamente define a aplicação de seu método indiciário na busca de diagnósticos médicos?
Surpreendentemente a coletânea em questão não nos fornece nenhuma resposta a  esta tão crucial indagação.
Interessante observar sobre isso que o sub título “Todo mundo Mente” é um adendo da tradição brasileira e não existe no titulo original da obra.
Mas, de um modo bem superficial, poder-se-ia inicialmente dizer que a divisa adotada por House é derivada de sua leitura negativa do mundo e da condição humana ou, simplesmente, de seu característico mau humor e modo anti social de ser.
Entretanto, a coisa  não é tão simples assim,  pois não confiar nas pessoas faz parte de seu método  de diagnosticar fundado em uma busca radical pela “verdade”; busca esta  que  sustenta a premissa de que “todo mundo mente”, de que a veracidade das palavras de seus pacientes é duvidosa ou, no mínimo, irrelevante para a solução dos casos clínicos com que se confronta.
Para House são as doenças e os diagnósticos que importam e não propriamente os pacientes que, de um modo geral, mentem antes de tudo para si mesmos...  Neste ponto cabe uma analogia com qualquer depoimento de inquerito policial, onde não se espera necessariamente que o depoente diga a verdade... Sem tal premissa CSI  não seria uma série viável, e pode-se dizer o mesmo de House, dado que lidamos aqui como uma reinvenção de Holmes...
Em outras palavras, mentir é humano, demasiadamente humano, para qualquer investigador... Todo mundo mente, a grande questão é saber sobre o que... E ISSO EXPLICA MUITO MAIS QUE UM CASO, EXPLICA O MUNDO...          

Nenhum comentário: