Uma das questões nodais do novo século, que apenas começamos a construir ou discutir em nossos conservadorismos de representações e linguagens, talvez seja a redefinição da noção de tempo e espaço.
Mesmo assim, o fato, é que já não olhamos o futuro do mesmo modo otimista e, ao mesmo tempo, pessimista, personificado pela ambigüidade do imaginário do século XX, profundamente apegado a fantasia da continuidade linear entre passado/presente/futuro.
A retração e simultânea expansão de nossas representações do tempo presente sugerem, ao contrário, que o passado e o futuro já não são para nós dimensões diferenciadas da experiência do agora. Mas simultâneas manifestações daquilo que compreendemos como tempo, ou como representações da temporalidade, já que ela não passa de uma projeção de apostas e projetos que fazemos de nós mesmos enquanto imaginação de existência em referência organizada de nosso próprio acontecer fenomenológico.
Vivemos hoje em sucessão de memórias e experiências que já não formam um “roteiro”, que não dizem significados ou especuladas possibilidades de futuro ou identidade.
Afinal, é importante frisar, toda tradição jaz morta e tudo que temos agora é, na verdade, um desregramento de nossas representações tradicionais do tempo e da temporalidade...
A vida vivida em pensamento e sentido foi abolida pela irracionalidade mágica do caos de sucessivos instantes em saudável confusão....
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