quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

WONDERLAND


Sei que não sou eu
Aquela pálida face
Que me observa
Sem saber sequer que existo
Ou existe.

Surpreendo,
Na superfície do espelho,
Um rosto quase meu,
Provisório,
Completamente em silêncio
No traço duro, sem expressão,
Talhado por algum nada,
Quase absoluto.

Visitante, talvez,
De alguma outra
Paralela e simétrica
Realidade
Onde,
Vazio de mim mesmo,
Eu viva a vida unicamente
Na objetividade precária
Do mundo.

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