sábado, 25 de outubro de 2008

CRÔNICA RELÂMPAGO XXXVIII

Uma madrugada definida por horas de insônia pode ser um verdadeiro celeiro de pensamentos e experiências. Afinal, no silêncio demarcados pelas quatro paredes de um quarto ou de uma sala, pode surpreender-nos a abstrata presença de um dia que se recusa a terminar, permanece ali, ignorando os imperativos do relógio como se nos desafiando...
As horas de uma madrugada de insônia são horas em aberto, suspensas no caos dos fatos e preocupações inerentes ao nosso contextos biográficos e regidas pelo símbolo de uma grande interrogação sem nome.
Por outro lado, elas também são horas em que a temporalidade,que nos é inerente como mortais, apresenta-se como puro e gratuito lúdico no quase não acontecer de nos mesmos na ausência do sono.
Há definitivamente algo de enigmático e desafiador nas claras madrugadas de insônia; algo que foge ao controle e desafia nossas diurnas certezas de rosto no mundo.

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