Segundo Paulo Vizioli, S T Coleridge foi o responsável pela introdução do Idealismo Alemão na Inglaterra construindo assim as bases filosóficas do romantismo inglês. Quanto a tais bases é muito significativa uma passagem de sua Biografia Literária onde, através do conceito de “imaginação secundária” o autor nos oferece uma peculiar interpretação da noção de “inspiração” que tão significativamente traduz o ethos romântico em sua versão mais popular.
Da imaginação, ou poder esemplástico
“A IMAGINAÇÃO, pois, considero ou primária ou secundária. A meu ver, a imaginação primaria é a energia viva e o agente primeiro de toda percepção humana; é como que uma repetição, na mente finita, do eterno ato de criação do in finito EU SOU. À imaginação secundária considero um eco da anterior, coexistindo com a vontade consciente; identifica-se com a primária quanto ao tipo de atuação, dela diferindo apenas quanto ao grau e quanto ao modo de operar. Ela dissolve, difunde, dissipa, a fim de recria; e, onde esse processo se torna impossível, ela ainda assim se esforça, em todo caso, para idealizar e unificar. É essencialmente vital, da mesma maneira como todos os objetos ( enquanto objetos) são essencialmente fixos e mortos.
A FANTASIA, pelo contrário, não tem outras fichas para jogar alem de coisas fixas e definidas. A fantasia nada mais é , na verdade, que um modo da memória emancipado da ordem do tempo e do espaço; ela se mescla com aquele fenômeno empírico da vontade que designamos com a palavra ESCOLHA, e é por ele modificada. Mas, a exemplo da memória ordinária, deve receber prontos, da lei da associação, todos os materiais de que se serve.”
Da imaginação, ou poder esemplástico
“A IMAGINAÇÃO, pois, considero ou primária ou secundária. A meu ver, a imaginação primaria é a energia viva e o agente primeiro de toda percepção humana; é como que uma repetição, na mente finita, do eterno ato de criação do in finito EU SOU. À imaginação secundária considero um eco da anterior, coexistindo com a vontade consciente; identifica-se com a primária quanto ao tipo de atuação, dela diferindo apenas quanto ao grau e quanto ao modo de operar. Ela dissolve, difunde, dissipa, a fim de recria; e, onde esse processo se torna impossível, ela ainda assim se esforça, em todo caso, para idealizar e unificar. É essencialmente vital, da mesma maneira como todos os objetos ( enquanto objetos) são essencialmente fixos e mortos.
A FANTASIA, pelo contrário, não tem outras fichas para jogar alem de coisas fixas e definidas. A fantasia nada mais é , na verdade, que um modo da memória emancipado da ordem do tempo e do espaço; ela se mescla com aquele fenômeno empírico da vontade que designamos com a palavra ESCOLHA, e é por ele modificada. Mas, a exemplo da memória ordinária, deve receber prontos, da lei da associação, todos os materiais de que se serve.”
(Samuel Taylor Coleridge. Poemas e excetos de Biografia Literária/Introdução, seleção, tradução e notas de Paulo Vizioli. SP: Nova Alexandria, 1995, p.149)
Nenhum comentário:
Postar um comentário