Uma das grandes peculiaridades da Grã Bretanha nesse inicio de século em um mundo cada vez mais globalizado, é a presença expressiva de várias comunidades imigrantes, seja de origem africana, caribenha ou asiática, a ponto de torná-la, muito provavelmente, o maior centro multicultural da Europa.
Mesmo após os atentados de julho de 2005 em Londres, a tolerância britânica com as diversas culturas que hoje transformam suas paisagens vividas, permanece muito maior do que a observada em outros centros culturais europeus como Paris e Berlim.
Pessoalmente acredito que tal integração de outras culturas a sua identidade territorial sem significativa resistência xenofóbica explica-se pela segurança identidária e cultural proporcionada pela instituição da monarquia enquanto símbolo e sustentáculo da soberania.
Embora assentada sobre valores em alguma medida arcaicos, como a teoria do direito divino, não há como negar certa contemporaneidade da Realeza enquanto personificação do self e da totalidade na cultura britânica.
Apesar das restrições da família real, é inegável o fato que a conversão de Lady Di em uma espécie de santa laica venerada por milhões de súditos provou a vitalidade da monarquia de um modo novo e contemporâneo. O fato é que em uma sociedade cada vez mais complexa e plural a monarquia tende a tornar-se um símbolo de integridade e alteridade.
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